Bragança

Almirante Gouveia e Melo passou por Bragança e constatou “potencial gigantesco do interior”

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 11/13/2025 - 09:33

O Almirante Gouveia e Melo, candidato à presidência da República, esteve no passado dia 05, em Bragança, onde visitou algumas instituições e jantou com cerca de uma centena de apoiantes.
Gouveia e Melo, apontado como um dos favoritos a passar à segunda volta das eleições, começou o dia no Instituto Politécnico de Bragança, onde almoçou na cantina.
À tarde visitou os bombeiros de Bragança e a Santa Casa da Misericórdia, onde foi recebido pelo Provedor, José Duarte Fernandes e auscultou os problemas sentidos pelas IPSS do Interior.
“Estive no Instituto Politécnico, nos bombeiros e vi a Santa Casa da Misericórdia e circulei pelo centro da cidade de Bragança. Sinto que é uma cidade que tem uma capacidade para se expandir e prosperar mas que vive o dilema da interioridade. E a interioridade em Portugal é um dilema triste”, começou por dizer, em conversa com o Mensageiro.

Dedo apontado ao Governo que toma “medidas para as televisões”

“Ainda não percebemos que temos um potencial gigantesco no interior e não estamos a incentivar a economia a deslocar-se para o interior. Só assim é que conseguimos reter as pessoas. O resultado é o despovoamento”, alertou Gouveia e Melo.
O Almirante, que se candidata à Presidência da República, aponta o dedo ao Governo.
“Aqui nesta IPSS [Santa Casa da Misericórdia] o que vejo são cuidados fantásticos. Estava a falar com duas familiares de um utente, que saiu do hospital e foi colocado aqui a quase 200 quilómetros dos familiares, que não têm condições para dar grande acompanhamento. E isto parece-me um problema de organização e desestruturação de um sistema que me parece estar a rebentar pelas costuras. Tem que haver uma preocupação forte por parte do Governo para olhar para este problema e começar a tomar medidas que não sejam medidas para as televisões, mas aquelas medidas verdadeiramente estruturantes no sistema para que o SNS seja aquilo que todos nós desejamos”, frisou.
Gouveia e Melo defende que sejam criados incentivos para as equipas ficarem no interior do país.
“Há um conjunto de incentivos para estimular a economia, como incentivos fiscais, de infraestruturas e, até, parte da administração pública com uma capilaridade suficiente para as empresas quererem operar a partir daqui.
Uma empresa que esteja a operar aqui e que depois quer discutir um problema qualquer com o Ministério e tem de ir a Lisboa para o fazer... todas estas coisas dificultam a fixação das empresas no nosso interior”, apontou.
O candidato comparou mesmo a realidade do Nordeste Transmontano com o litoral, considerando que há “um desperdício de território”.
“No distrito de Bragança temos a percentagem de 14 habitantes por quilómetro quadrado e no litoral, em determinadas zonas, temos 3,4 mil habitantes por quilómetro quadrado. Há um desperdício do nosso território. E nem temos um território muito extenso que fosse difícil de infraestruturar. Há aqui um problema verdadeiramente de modelo económico que tem de ser alterado. Se não, vamos continuar a agravar isto e, qualquer dia, temos as pessoas todas no litoral e ninguém no interior”, disse.
O Almirante saiu agradado das ações que teve em Bragança.
“A população brigantina reconheceu-me logo, muito abertos, muito carinhosos e sinto-me muito bem aqui”, concluiu.
Gouveia e Melo passou ainda pela aldeia de Alfaião, onde teve um contacto com a população local.
À noite, jantou com cerca de uma centena de apoiantes, de vários quadrantes políticos, como o antigo deputado Adão Silva ou o antigo presidente da Assembleia Municipal de Bragança, Henrique Ferreira, onde prometeu “promover as mudanças de que o país precisa”.

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