Concelhia socialista preocupada com o impacto da investigação às obras da zona industrial na reputação municipal

A Comissão Política Concelhia de Bragança do Partido Socialista manifestou esta quarta-feira a sua preocupação face às sucessivas investigações que a Câmara desta cidade transmontana tem sido alvo, nomeadamente na sequência das realizada pela Polícia Judiciária, na semana passada, às obras da Zona Industrial das Cantarias.
Após as diligências realizadas pela Polícia Judiciária, a pedido da Procuradoria Europeia, na Câmara Municipal de Bragança, em empresas e em residências particulares, no âmbito de suspeitas de fraude na utilização de fundos europeus — numa empreitada que custou 3,4 milhões de euros — referentes à ampliação da Zona Industrial das Cantarias, durante o mandato do ex-presidente da Câmara, o deputado Dr. Hernâni Dias, a concelhia explica no comunicado que “os socialistas estão preocupados com o “impacto institucional e reputacional” da investigação ao município. “A sucessão de investigações e diligências — cada vez mais sérias e abrangentes — não pode deixar de nos preocupar. Está em causa o bom nome da Câmara Municipal de Bragança e, por inerência, a imagem do nosso concelho. Quem ocupa cargos públicos deve ser exemplo de confiança, integridade e transparência. A erosão da credibilidade das instituições mina a relação de confiança entre o poder local e os cidadãos”, refere em comunicado.
A concelhia do PS diz que há “um imperativo de mudança e renovação política” e que “os sinais acumulam-se: é tempo de virar a página”, sublinham. “O PS Bragança assume-se como alternativa sólida, competente e livre de qualquer suspeição. Apresentamo-nos às próximas eleições autárquicas com uma nova liderança, uma nova visão e um novo rumo para Bragança
construído sobre os valores da transparência, do rigor e do serviço público”, acrescentam.
Ainda assim, o Partido Socialista “reafirma, como até aqui e com toda a clareza, o seu respeito pelos princípios fundamentais do Estado de Direito, nomeadamente o direito ao contraditório e à presunção de inocência. Todos os visados devem ser tratados como inocentes até que uma eventual culpabilidade seja provada em sede própria, pelos tribunais competentes”.
Além disso sublinham, os órgãos concelhios, que “urge respeitar os tempos da Justiça. É fundamental que as autoridades competentes disponham de todo o tempo e recursos necessários para esclarecer os factos, sem interferência política externa. Só assim será possível proteger a Justiça, mas também a verdade e os interesses coletivos”.