Hotelaria viveu o pior dezembro de que há memória
Praticamente sem reservas para dormidas e com jantares e festas de Natal canceladas a hotelaria do Nordeste Transmontano enfrenta o pior fim de ano de que há memória. A procura já era menor do que nos anos anteriores, mas as novas regras de combate e prevenção da covid-19, nomeadamente a obrigatoriedade de apresentar certificado digital de vacinação e o resultado negativo de testagem, têm afastado clientes segundo os responsáveis pelas unidades hoteleiras.
De portas abertas o Hotel S. Lázaro, em Bragança, está praticamente sem lotação, admitiu o proprietário, Marcel Silveira. “Estamos particamente em nada, poucas reservas. Não podemos fechar, mas também não compensa. No ano passado fechamos entre dezembro e junho. A procura tem sido baixa, também tivemos alguns cancelamentos em novembro e início de dezembro”, explicou Marcel Silveira.
A pandemia afastou também visitantes das iniciativas da Terra Natal e de Sonhos, organizadas pelo município, e que atraiam milhares de espanhóis. “Que este ano não têm vindo em força”, garantiu uma fonte do Hote Ibis de Bragança, dando conta que a procura de quartos, este mês, diminuiu consideravelmente face aos antes anteriores á covid-19. “Até trabalhamos bem nos meses de verão comparativamente a 2020, mas estas novas regras sanitárias têm afastado as pessoas. O número de reservas tem baixado muito e também registamos muitos cancelamentos. Temos ocupação, mas nada a ver com o passado. Nós trabalhamos muito com empresas e muitas estão de férias. Estamos a trabalhar com o segmento do turismo que regista uma quebra acentuada”, referiu a fonte. O Turismo apresenta também sinais de recuperação em 2021.
Ainda assim, as dormidas nos estabelecimentos hoteleiros do Norte foram, no terceiro trimestre de 2021, ainda inferiores em 28% ao valor observado no período pré-covid19.
“O turismo foi, destacadamente, o setor mais atingido pela crise pandémica e a sua recuperação é especialmente importante. O turismo no Norte tem evidenciado uma maior resiliência do que em outras regiões, dado a sua oferta mais diversificada e territorialmente distribuída”, explicou uma fonte da CCDR-NORTE.
Segundo a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) mais de 80% das empresas de alojamento e restauração contabilizaram reservas canceladas, após o anúncio de mais medidas restritivas por parte do Governo para a época de Natal e fim de ano.
Ainda de acordo com os dados daquela entidade nos setores da restauração, bebidas e alojamento turístico, 20% das empresas registaram quebras de faturação superiores a 50% em dezembro, comparativamente ao mesmo mês de 2020. Em 51% das empresas do sector turístico a taxa de ocupação foi igual ou inferior a 25% na época do Ano Novo, 18% dos estabelecimentos estiveram encerrados na noite de passagem de ano e para 34% das empresas a taxa de ocupação do fim de ano foi inferior à de 2020.
