“Objetivo é a vitória nas eleições autárquicas”

Primeira grande entrevista de Hernâni Dias, o candidato do PSD à Câmara de Bragança,que aborda os temas mais polémicos.
Mensageiro de Bragança: Quais serão as grandes linhas da sua candidatura?
Hernâni Dias: No contexto atual, de grandes restrições financeiras e estando o Município de Bragança dotado do essencial ao nível das infraestruturas e equipamentos, entendemos que a atividade do Município deverá ser direcionada para áreas que assegurem prosperidade e bem estar aos bragançanos, concretizadas através de três grandes linhas orientadoras: a coesão social, a regeneração urbana e a competitividade.
Desenvolveremos ações de âmbito social concretas, em prol dos que mais necessitam, especialmente jovens, casais jovens e população mais idosa, em estreita parceria com as várias instituições do concelho, fortalecendo a rede social existente e promovendo a cidadania e a inclusão social. Apostaremos na reabilitação urbana, nomeadamente no centro histórico da cidade, fixando residentes, reforçando o desenvolvimento de atividades culturais, económicas e lúdicas que contribuam para dinamizar o comércio tradicional.
Criaremos as condições necessárias à captação do interesse e capitais privados, favorecendo a competitividade e o crescimento de projetos empresariais, geradores de riqueza e de emprego, em estreita colaboração das associações representativas do setor, com especial enfoque na ampliação da Zona Industrial das Cantarias e do Parque de Ciência e Tecnologia, bem como de projetos ligados à agricultura, à pecuária e à indústria agroalimentar, tão importantes para a economia do concelho.
Promoveremos ações concretas de ajuda aos jovens, porque acreditamos na sua capacidade de iniciativa, no seu empreendedorismo e na sua vontade em participar na construção do seu futuro. Estabeleceremos parcerias com as várias instituições que emanam da sociedade civil, promovendo projetos de âmbito cultural, ambiental, lazer e desportivo, entre outros, quer para toda a população, com especial atenção para a população sénior. Apostaremos em projetos ligados à área do turismo como fatores de desenvolvimento económico, diretamente ligados ao conhecimento do nosso riquíssimo património histórico e cultural, gastronómico, religioso e ambiental, criando uma marca para a cidade de Bragança, identificando e posicionando o destino Bragança no mercado turístico nacional e internacional. Investiremos numa rede de cooperação transfronteiriça, definindo ações de concertação estratégica e dinamização de projetos estruturantes, vertidos num plano de ação, cujo resultado seja a partilha de recursos públicos comuns nos territórios, numa clara tentativa de ganhos para os dois lados da fronteira, potenciando esses recursos existentes.

MB.: Já tem a lista formada?
HD.: Sim, desde há bastante tempo que a lista está completamente definida e já foi apresentada à Comissão Política Concelhia, na sexta feira passada. Para além de mim e de Paulo Xavier, a lista inclui Cristina Figueiredo no terceiro lugar e Gilberto Baptista no quarto. Duas pessoas com muita capacidade e inteligência para os lugares para que foram escolhidos, pelo que, estou certo, farão um bom trabalho a favor dos Bragançanos.

MB.: Sente que o seu nome acabou por dividir o PSD?
HD.: Creio que não. O que aconteceu no seio do PSD só me pode levar a pensar o contrário. Recordo-lhe que o meu nome foi escolhido por unanimidade na Comissão Política Concelhia e foi ratificado, também por unanimidade, na Assembleia de Secção do Partido. Se houvesse alguma divisão, com certeza teria havido vozes discordantes nos órgãos do Partido, o que não aconteceu. Por outro lado, o apoio que os militantes do PSD me têm manifestado mostra que a escolha foi bem aceite e acarinhada por todos. O PSD é um grande partido e ajudará, com certeza, à realização do grande trabalho que temos pela frente.

MB.: Como vê o facto de continuar a conviver diariamente, na autarquia, com Jorge Novo, depois do episódio da carta?
HD.: Na altura, fiz questão de não comentar esse episódio, mas já que coloca a questão, digo-lhe, em primeiro lugar, que as funções que o Dr. Jorge Novo desempenha na Câmara Municipal nada têm a ver com a função que desempenhava na Comissão Política Concelhia do PSD, por isso não deverão ser misturadas. Em segundo lugar, as funções que desempenhava na Comissão Política Concelhia cessaram por vontade própria do Dr. Jorge Novo e, como sempre, desde o início do mandato, continua a exercer as suas funções na Câmara Municipal com todo o empenho e saber, de forma a dar uma resposta eficaz às exigentes responsabilidades que sobre ele recaem na qualidade de Chefe do Gabinete do Presidente da Câmara. A convivência é absolutamente pacífica, pois ambos sabemos distinguir os papéis que nos cabem na Câmara Municipal, que nada têm a ver com o órgão político do PSD, e a colaboração institucional entre ambos é necessária pois os cidadãos não entenderiam nem esperariam que fosse de outra forma.

MB.: Acha que foi “empurrado” para esta candidatura ou já era sua vontade?
HD.: Ninguém é empurrado para um processo tão exigente e de tanta responsabilidade. Sendo eu uma pessoa absolutamente independente na maneira de ver e pensar as coisas, se sentisse que estava a ser empurrado para uma candidatura teria sido eu próprio o primeiro a colocar um travão nesse processo. Estou nesta candidatura por vontade própria, com muita determinação e muito empenho, estou “de corpo e alma”, aliás como sempre faço nas tarefas que me são confiadas, para atingir um objetivo no dia 29 de setembro, que é a vitória nas eleições autárquicas, conjuntamente com todos aqueles que se revirem na minha candidatura, na minha capacidade de trabalho, na minha maneira de ser, na minha maneira de abordar e resolver os problemas e de dedicação à causa pública.

MB.: Sente-se confortável com Paulo Xavier como número dois?
HD.: É claro que me sinto confortável com o companheiro Paulo Xavier, pessoa que escolhi para número dois da minha candidatura. Quando tomo decisões tenho de sentir que a decisão é a mais acertada e que me levará a atingir os objetivos pretendidos e, neste caso concreto, estou absolutamente convicto que fiz a escolha certa.

MB.: O processo de escolha do candidato à União de Freguesias da Cidade e Meixedo pode fragilizar a sua candidatura?
HD.: Foi um processo normal, com uma aposta clara naquilo que são os valores de trabalho, de capacidade, de dedicação, de vontade de fazer e construir a favor do bem estar dos cidadãos e do desenvolvimento da Freguesia, personalizados no candidato José Pires. Não, não fragilizará a candidatura do PSD à Câmara Municipal.

MB.: Comenta-se que poderá estar ligado à mesma obediência maçónica do candidato do PS. É verdade?
HD.: Vivemos numa sociedade madura, tolerante e democrática, onde as pessoas podem expressar o que bem entenderem sobre si ou sobre o outro, mas também sabem respeitar as diferentes orientações de vida de outro qualquer cidadão. O respeito para com a diferença é uma obrigação que todos deveremos respeitar, consagrada na Constituição da República Portuguesa, tal como definido no seu artigo 13º.

MB.: Considera que esse tipo de forças pode vir a influenciar o resultado das eleições?
HD.: Como já referi, numa sociedade tolerante e democrática, não há “forças” que possam desviar o sentido de votação de qualquer cidadão. O resultado eleitoral será sempre aquele que o povo vier a decidir, com a legitimidade democrática que lhe foi conferida com o 25 de abril e que tão bem tem sabido usar em momentos cruciais para o país.

MB.: Sente no atual Presidente, Jorge Nunes, um verdadeiro apoio?
HD.: Desde sempre o Eng.º Jorge Nunes manifestou o apoio à minha decisão de me candidatar à Câmara de Bragança e, obviamente, à minha candidatura, depois de devidamente formalizada. Publicamente fê-lo em vários momentos: aquando da ratificação do meu nome para candidato à Câmara Municipal, na Assembleia de Secção do PSD, onde proferiu uma intervenção de apoio perante os 130 militantes do PSD que encheram o auditório Paulo Quintela; através de um registo escrito, publicado no meu facebook, onde se refere, também, às minhas qualidades pessoais e profissionais; aquando da abertura oficial da sede de candidatura, no dia 7 de julho, estando presente e ao meu lado. Perante tão evidentes manifestações de apoio, é claro que vejo no Engº Jorge Nunes, para além de um amigo e de uma pessoa que muito respeito e admiro, um verdadeiro apoio e apoiante e isso só me pode deixar contente e satisfeito por ter uma pessoa que marcou de forma indelével a vida desta nossa querida cidade. Tenho a certeza que o Eng.º Jorge Nunes estará comigo e com a minha candidatura, pois é a única candidatura que apoia, sempre que tiver oportunidade para tal e a sua presença será sempre bem vinda e aplaudida.

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