Legislativas'22 - ENTREVISTA A JOSÉ PIRES (CHEGA)

"Somos claramente contra a regionalização"

Publicado por António G. Rodrigues em Sex, 2022-01-21 10:20

Mensageiro de Bragança: Porque decidiu candidatar-se?
José Pires:
Decidi, e a equipa toda que compõe a lista pelo círculo eleitoral de Bragança, assumir esta candidatura, por diversos motivos. Primeiro, porque a escolha do líder do Partido foi confiar-me a honra de encabeçar este projeto. Em segundo, o facto de a lista ser toda composta por elementos do Partido, cada um com a sua experiência e representação em cada concelho, qualidades e vontade de trabalho. Por último, porque todos acreditamos que vivemos em tempos em que a Democracia chama por nós, pelo partido e pelos ideais que defendemos. No chega defendemos a autorresponsabilização do indivíduo, seja para o bem ou para o mal. Neste caso, achamos todos, ser uma obrigação nossa enquanto cidadãos e democratas, tentar fazer mais e diferente pelos nossos conterrâneos.
 
MB.: Que diagnóstico traça do distrito de Bragança atualmente?
JP.:
O diagnóstico que fazemos do distrito é agridoce.
Se, por um lado, temos orgulho na nossa terra, tradições e costumes, por outro é preocupante a desertificação de pessoas que vemos a piorar de década para década, a falta de investimento por parte do Estado no distrito, populações desprovidas de transportes e cada vez mais isoladas e uma população envelhecida. Para combatermos esses desafios nos próximos anos, temos de tornar o Distrito mais atrativo ao investimento, criação de emprego diversificado e políticas eficazes para conseguirmos fixar jovens no distrito.
 
MB.: Que medidas considera prioritárias tomar para o distrito de Bragança caso seja eleito/a?
JP.:
Consideramos o investimento uma bandeira de atração bem como o combate à desertificação. Temos de contribuir para a transformação ponderada e gradual das cidades, vilas e aldeias do distrito. Fixar mais jovens e ser uma voz ativa e firme na defesa dos nossos interesses. Apoiar mais na natalidade.
Mas caso sejamos eleitos, queremos afirmar a voz do Distrito no Parlamento em todos os sentidos, fazer diferente, não a linha que tem sido seguida por quem foi eleito nestes últimos anos.
 
MB.: O que considera fundamental mudar para melhorar a agricultura e a vida dos agricultores do distrito de Bragança?
JP.:
No Partido, a maioria partilha da mesma ideia, temos de ter uma agricultura forte e de autossuficiência.
A nossa região é forte na agricultura. Existem zonas do distrito que é urgente fazer um levantamento de um estudo para aplicar regadio na sua extensão. É um problema complexo, mas de extrema importância para a afirmação da nossa produção. Depois é preciso criar mais e melhores canais de escoamento do produto, de forma a que seja possível afirmar a atividade e torná-la sustentável. A formação deve acompanhar este desenvolvimento.
 
MB.: Como viu o negócio da venda das barragens da EDP? Considera que tudo foi feito para defender os interesses dos transmontanos?
JP.:
Os moldes do negócio da venda das barragens em nada beneficia a nossa região, bem como não parece que algum dia venha a ser feita justiça a dar os justos benefícios às populações. Claramente, o negócio em si não assegurou o benefício para todos em todas as vertentes.
 
MB.:  O que pensa da regionalização? Considera que deveria ser discutida na próxima legislatura?
JP.:
Somos claramente contra a regionalização.
Se, em tempos, algumas pessoas podiam ter na regionalização como uma forma de combater a falta de desenvolvimento, claramente hoje, verificamos que a intenção da regionalizar é triplicar os cargos públicos, despesas que isso comporta, em que verdadeiramente, em nada vai trazer benefício para os cidadãos. Defendemos um debate aprofundado sobre a reestruturação do estado, menos estado, mas um estado mais próximo e eficaz.
 
MB.: Ao nível da saúde dos transmontanos, o que mais o preocupa?
JP.:
A distribuição de valências pelo distrito, os quilómetros que algumas populações têm de fazer para ter acesso à saúde. A falta de reforço de médicos, a eficiência do serviço prestado, bem como a degradação dos centros de saúde. A Saúde é vida, são pessoas. Neste aspeto, o Governo fala de boca cheia o reforço no SNS, mas verdade seja dita, na vida dos cidadãos só sentem perdas constantes.
 
MB.: Para sair da crise económica que adveio da pandemia, que medidas considera prioritárias para a região?
JP.: Desenvolvimento, aposta na agricultura, atrair mais investimento e criação de postos de trabalho.  Fixação de jovens para acautelar o futuro.

 

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