A opinião de ...

Candidatos à polícia

1 – A PSP tem poucos candidatos - Têm vindo a público várias notícias de que os cursos que a PSP ministra na EPP, para formar novos agentes, não têm preenchido as vagas. Sabendo-se que há falta de polícias, que a média etária do seu efetivo é cada vez mais elevada e ainda as dificuldades que são colocadas para a passagem à pré-aposentação àqueles que reúnem as condições legais para o efeito, põe-se a questão de saber porque é que não são preenchidas todas as vagas. Os candidatos têm diminuído muito, é certo, mas mesmo assim são mais que os necessários. Acontece que quando se faz a seleção, através de várias provas eliminatórias, os aprovados não têm sido os suficientes para o preenchimento das vagas. Então é também uma questão de preparação, física, cultural e psicológica dos nossos jovens candidatos, ou da sua qualidade. Por outro lado, mesmo sendo a Polícia, no geral, cada vez mais uma instituição reconhecida pelos cidadãos como competente, responsável e de confiança, como atestam vários estudos de opinião dos últimos anos (Ex:. Estudo do Observatório da Sociedade Portuguesa, Un. Católica, Novembro 2018, em que a Polícia é a terceira instituição em que os portugueses mais confiam, logo a seguir à Presidência da República e à Escola) o respeito institucional, o seu reconhecimento e valorização pelos responsáveis políticos e fazedores de opinião não estão ao mesmo nível, o que poderá afastar os potenciais candidatos melhor preparados. Veja-se o caso do mais alto magistrado da nação que, no seu discurso do dia 10 de Junho, do corrente ano, ao prestar homenagem a várias profissões pelo meritório papel desempenhado no combate à pandemia, como as FA, os profissionais de saúde e muitos milhares de portugueses que estiveram a cuidar de todos nós, declarou, como que num aparte, que, brevemente, homenagearia as forças de segurança. Bom, Sr. Presidente, já passaram 6 meses após a sua promessa, falta cumprir a dívida.
Mas outras duas principais causas da escassez de candidatos de qualidade à PSP, além da falta de reconhecimento institucional são o vencimento base inicial relativamente baixo e as questões de mobilidade interna tanto ao nível da carreira como de colocações no território. Se é difícil aos candidatos entrar no curso de formação de agentes, não é menos, depois como agente, ter êxito nos concursos para os cursos de promoção a chefe ou no curso de formação de oficiais no ISCPSI. Também ter colocação na zona de naturalidade onde é possível ter o apoio familiar no início da vida profissional é difícil.
2. De “excelente ministro” a mero “passageiro” - Indiferente e não desejado. Sendo, como era ”ministro”, sem dúvida era responsável, se não direto, no exercício da condução, pelo menos indireto, nas instruções e formas de procedimento. Mas, mesmo que assim não seja para efeitos judiciais, manda a ética e a responsabilidade que, pelo menos, em público manifestasse solidariedade e apoio ao seu subordinado motorista. Ninguém deseja assim um superior hierárquico.
3. A detenção de Rendeiro pela polícia sul-africana – A PJ cumpriu apenas, e bem, a sua missão. Descobriu. Vigiou. Pediu ajuda. Deu informações. Em suma, colaborou. Não era preciso tanto show off nem tantos discursos políticos laudatórios.

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