A opinião de ...

Porque quando cá se fazem, cá se pagam, e a classe média que se ponha à tabela!

E de repente, sem que nada o fizesse prever e muito poucos, talvez mesmo nenhuns, o pudessem sonhar, bastaram poucas horas para que tudo mudasse no quadro da política portuguesa, na gélida noite do dia 30 janeiro de 2022.
Depois da implosão que desarticulou a geringonça, provocada, formalmente, pela total incapacidade, (ou talvez até não) de criar condições mínimas de entendimento para a aprovação do Orçamento para o ano de 2022, à semelhança do que acontece muitas vezes nos casamentos de conveniência, foi vê-los desandar cada um para seu lado e, para não variar, foram “os mexilhões” que acabaram debaixo dos escombros, reduzidos à sua dimensão de pequenos partidos das franjas do Parlamento.
Mas esta nova realidade agora criada pelos resultados das eleições que, como já foi dito surpreendeu todos os analistas de todos os quadrantes, numa prova viva e inquestionável da força e das virtudes únicas da democracia, nunca poderá ser encarada como uma poção milagrosa capaz de, com um simples estalar dos dedos, resolver todas as dificuldades presentes e, muito menos ainda, vencer os gigantescos desafios com que, mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente todos seremos confrontados.
Depois de apanhadas as canas dos foguetes deitados durante os períodos eleitoral e pré eleitoral escandalosamente longos, é chegada a hora de parar para pensar e de todos assumirem os seus compromissos e cumprirem religiosamente todas as promessas, tantas delas mais que faraónicas, vendidas sob palavra de honra àqueles que, julgando-os pessoas de bem, lhes confiaram em tão grande número os seus votos, de novo na espetativa de que, mais uma vez, não sejam defraudadas as suas legítimas esperanças duma vida melhor.
Esta tarefa que, em alguns aspetos e à primeira vista, até poderá não parecer assim tão fácil, contudo, temos de reconhecer que na história de quase meio século que levamos de democracia, nunca nenhum governo teve como este todas as condições necessárias e suficientes para poder cumprir integralmente todas as suas promessas e fazer todas as reformas de que o país precisa.
A economia está na maior, o desemprego continua em queda, a dívida pública está controlada, o governo pode por e dispor do seu muito virtuoso orçamento de estado para 2022 que os seus antigos braços da geringonça não quiseram aprovar, através da bazuca, vão chegar ao país as habituais e generosas remessas dos milhões de euros vindos da Europa e, se tudo isto não for suficiente, é só aumentar os combustíveis ou, para não variar, ir revirando até romperem os fundos dos bolsos da classe média.
Mas as coisas poderão acabar por ser assim?

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