A opinião de ...

A República das/dos bananas

Depois de passar muitos anos sem entender muito bem o alcance e o significado da expressão “A república das Bananas” vulgarmente usada para caracterizar situações de anarquia, patetice, irresponsabilidade, desorganização ou incompetência, tive a sorte de estar por cá no passado mês de fevereiro e, perante a maneira vergonhosa como foi conduzido o apuramento dos resultados da votação dos emigrantes no circulo da Europa, aperceber-me da enorme desgraça que bateu à portado do meu país ao colocarem o seu destino nas mãos duma classe de políticos, na sua generalidade uns autênticos bananas, a quem falta em competência, vergonha e dignidade o que lhes sobra em subserviência, oportunismo e incompetência.
Sim, bananas, mas bananas no sentido mais pejorativo da palavra e, porque os sintomas revelados são tão graves e evidentes, impõe-se que seja monitorizado o estado de saúde física e mental de toda esta gente, (e foi muita e muito importante a que se atolou até às orelhas no lamaçal que ela própria criou), para diagnosticar a extensão dos danos causados pelas sequelas físicas, intelectuais, psíquicas e psicológicas, potencialmente provocadas pelo Covid-19, e logo que possível, enviar as conclusões para análise numa das próximas reuniões de peritos no INFARMEDE.
Foi tudo mau demais para continuar a permitir que no nosso país se insista em enterrar a cabeça na areia como se nada tivesse acontecido, assobiar para o lado fazendo de conta que o que corre mal é culpa dos outros, que está tudo bem, quando realmente não está, e que a culpa a morra solteira.
Quando num dos meus recentes comentários classifiquei o último ato eleitoral como uma “Triteirada” à portuguesa em três atos, nunca sonhei que o processo descesse tão baixo e fosse a vergonha que foi e que o apuramento dos votos dos nossos emigrantes na Europa, acabasse por ser o fiasco que foi, revelador da total falta de respeito por com eles.
Responsáveis? Como se nestas coisas houvesse responsáveis… em Portugal!
Entretanto, com incalculável prejuízo para o país, este processo eleitoral foi arrastado muito para além do imaginável pelo que, na melhor das hipóteses e se não for descoberta outra vergonhosa salsada como esta, só lá para princípios do verão, praticamente só depois de cerca de dez (!) meses da queda do anterior, poderá entrar em funções um novo (!) governo.
Para a posteridade fica a imagem de marca duma legislatura nascida contra natura, implodido pelas suas próprias contradições, fruto da guerra surda de interesses inconciliáveis, pessoais e de grupo que lhe deram origem , da pouca qualidade, ignorância e impreparação dos seus elementos, como não há memória na história da democracia, de que é exemplo paradigmático o acordo inconcebível parido pelos deputados da comissão permanente da AR, que violando grosseiramente uma lei que eles deviam conhecer, obrigaram à repetição da votação dos emigrantes do circulo da Europa, com todas as consequências negativas dela resultantes.
Mais palavras para quê, se são estes senhores os deputados de Portugal ?!

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