A opinião de ...

Igreja de S. Francisco com culto, atividades e visitas

Há quem viva entre nós e desconheça os ritmos da nossa atividade religiosa, ou porque não somos do mundo [Jo. 17, 16], ou porque vivendo nele não o comunicamos com a clareza de Jesus [Jo. 17.20-21]. As igrejas paroquiais da cidade tem as portas abertas diariamente, e uma atividade mais intensa aos sábados e domingos. Outras igrejas, ou capelas, sedes de associações, como é o caso da Ordem Secular Franciscana [OFS], de Bragança, tem atividade no dia do padroeiro, ou noutras solenidades estatutárias, são espaço de reunião e locais de visita, pois são o nosso maior e melhor património histórico e cultural edificado. Quando fecham, ou se degradam, perde-se irremediavelmente, na localidade, uma das maiores fontes de atratividade turística.
A Ordem Franciscana Secular [OFS] tem tido capelão, nomeado pelo bispo diocesano, e na igreja tem-se celebrado, até hoje, as festas regulamentares, promovido atividades culturais e, tem-se dado a conhecer.
Entre os anos de 1925 e 1938 a OFS de Bragança tinha mais de 4.600 irmãos, espalhados por 3 ramos, na diocese. Celebravam-se as festas tradicionais: armava-se o presépio, assinalavam-se os Reis, na Semana Santa fazia-se a procissão do enterro do Senhor, a Sª. da Boa Morte, a de S. Francisco, a novena, a festa da Sª. da Conceição e o Ofício Geral pelos irmãos falecidos.
A partir de 1941, “com a boa vontade do clero do Seminário Diocesano”, revigorou-se a ação pastoral. Em 1945, com o apoio do bispo, tomaram hábito 80 seminaristas e 4 sacerdotes [1].
Nos anos 1960 os seminaristas de Teologia, no seu último ano do curso, já diáconos, “pregavam aí um sermão a Nª. Sª., no mês de maio e, o sermão da Paixão de Cristo, nos domingos da Quaresma”, como recorda o Cón. Silvério Pires que pregou o seu 2.º sermão nesta igreja e, que ainda guarda religiosamente o manuscrito. Aí se percorrem também, durante a Quaresma, as estações da Via-sacra.
Antes de existir a catedral nova, o antigo Liceu recorria à igreja de São Francisco, pela sua grande dimensão, para a realização da comunhão Pascal, de alunos e professores.
Nestes últimos anos, eu e outros colegas, presidimos por variadíssimas vezes nesta igreja à Missa e, aí concelebramos com o Bispo diocesano, em datas festivas, e outras. 
A Diretora do Arquivo Distrital fala de um relacionamento privilegiado com a OFS, colaborando com ela, e promovendo os eventos do Arquivo nesta igreja, onde entre outros se realizou o concerto do Centenário, atividades que se podem ver na página do “Facebook” da “Associação Amigos do Arquivo Distrital de Bragança”.
Ultimamente, nas intermitências do capelão, a incansável “zeladora” da OFS, Augusta Miranda, tem-se desdobrado em contatos, com o bispo, sacerdotes e diáconos, para a manutenção do culto. São várias as parcerias, com o Arquivo Distrital, com o Corpo Nacional de Escutas, entre muitos outros organismos. A responsável tem acompanhado denodadamente muitíssimas visitas, particulares e institucionais. Tem realizado quermesses para a manutenção do espaço. A igreja, graças ao seu esforço, tem-se mantido aberta, tanto para a promoção do culto, como para a fruição cultural, pelo que nestes últimos anos, não só tem estado aberta, como tem tido uma atividade regular, relevante.

[1] – RIBEIRO, 1953, 280.

Edição
3872

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