Macedo de Cavaleiros

Concelhia do PS retira confiança política a Acácio Espírito Santo

Publicado por Glória Lopes em Sáb, 2021-03-20 15:48

A Comissão Política Concelhia do Partido Socialista de Macedo de Cavaleiros retirou a confiança política ao deputado municipal Acácio Espírito Santo, numa reunião realizada ontem, “após intensa e minuciosa deliberação”.
Num comunicado publicado no Facebook, a concelhia socialista explica esta tomada de posição com as “sistemáticas faltas de lealdade deste membro para com o presidente da câmara e para com o partido socialista de Macedo de Cavaleiros, traduzidas em atitudes isoladas e de protagonismo perante o programa eleitoral sufragado no último ato eleitoral, assumindo publicamente posições contrárias a este e acusando o atual executivo camarário de falta de visão política para o desenvolvimento sustentado do concelho, não se coibindo de expressar posições contrárias às propostas provenientes do executivo municipal.”.
A informação revela ainda o membro da Assembleia Municipal de Macedo de Cavaleiros votou contra as propostas apresentadas pela câmara aquando da aprovação dos orçamentos de 2020 e 2021, o que consideram uma “clara violação do artigo 66º dos estatutos do Partido Socialista”.

Acácio Espírito Santo crítica atuação do Executivo

Instado pelo Mensageiro a comentar a decisão do PS, Acácio Espírito Santo diz que a concelhia não é o Partido Socialista, nem o representa a nível nacional “e tem dificuldade em aceitar uma crítica transparente e objetiva, porque se conseguissem aceitar essa crítica teriam beneficiado com ela”.
Sobre o voto contra o orçamento, afirmou que tinha dado conhecimento do seu sentido de voto numa reunião interna do partido, onde estava o presidente da Câmara. “Era anti-ético da minha parte votar num orçamento que não plasmava o que tínhamos prometido aos eleitores em 2017, em campanha e porque acho completamente errada a estratégia que está a ser seguida. Eu só votei contra o segundo orçamento porque segue o mesmo princípio do primeiro”, destacou.
Acácio Espírito Santo garante que vai manter-se como membro da Assembleia Municipal e esclarece que quando aceitou integrar a lista socialista foi porque a sua independência era uma mais-valia. “Ora, foi precisamente a minha independência que depois criou muitos incómodos dentro da estrutura do PS, particularmente no seu presidente. Defendemos um projeto que foi sufragado em eleições, só que o Dr. Benjamim Rodrigues decidiu abandonar o projeto e quem o convidou para o projeto. A partir desse momento não me parece que o princípio ético esteja a ser cumprido. Fomos nós, eu e outros, que ajudamos a ganhar há quatro anos. Beneficiou de um movimento social, que o dr. Pedro Mascarenhas congregou à volta do PS. Ele era líder da concelhia e convidou o dr. Benjamim para encabeçar a lista à Câmara e agora é presidente da concelhia”, afirmou.
Acácio Espírito Santo explicou ainda que foi membro da bancada do PS durante muitos anos, como independente. “Para homenagear Luís Vaz e Henrique Gonçalves, ambos já morreram foram eles que me convidaram. Eu vim do centro-direita, não era propriamente um socialista convicto as em termos autárquicos sim. A minha primeira palavra é de gratidão ao PS por me ter dado a oportunidade de intervir no concelho como independente”, acrescentou.
Face aos acontecimentos, Acácio Espírito Santos confessa estar “mais do que desiludido” e teme que o partido perca o município nas próximas Eleições Autárquicas, tanto mais que considera “fortes” os dois candidatos da oposição já anunciados, o independente Rui Vaz e o social-democrata Nuno Morais.
O membro da Assembleia Municipal também não está satisfeito com o projeto Side Up, de que era mentor, que no seu entender precisa de gente e de recursos para se desenvolver. “É um justamente um dos pontos de rutura. Só foi feita um conjunto de obras que o anterior presidente da câmara, Duarte Moreno, tinha negociado no Projeto de Reabilitação Urbana, mas o que respeita a criação de emprego, desenvolvimento económico e criação da zona industrial...O projeto de expansão da zona industrial devia estra concluído no primeiro ano de mandato e só foi apresentado há dois meses na Assembleia Municipal”, esclareceu Acácio Espírito Santo.

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