Bragança

Lembrar o Padre Telmo Batista Afonso - intervenção de Jorge Nunes

Publicado por Autor: Jorge Nunes em Qui, 2023-09-14 12:23

A 6 de maio de 2016, o jornal Correio da Manhã fez notícia da morte do Padre Telmo, com o seguinte título “Uma vida de décadas dedicada ao próximo, … pároco de proximidade, foi um homem desprendido que a todos conhecia e tratava pelo nome. Ocupou os cargos mais relevantes na diocese de Bragança até que, de tudo isso abdicou, para se tornar num padre de aldeia”.

Foi sempre muito dedicado e atento aos cidadãos da sua Comunidade, como tantos de nós, seus paroquianos, pudemos testemunhar. Visitava regularmente os presos e os doentes seus paroquianos, ou simples amigos, em casa ou no hospital. Nas ruas da cidade surpreendia tratando pelo nome antigos alunos, com quem não se cruzava há anos, e nas aldeias tratava todos pelo nome próprio.
Não é fácil falar de forma compreensível, em particular para os mais novos, sobre o percurso de vida de uma pessoa tão especial para todos nós, que dele guardamos boas memórias, sem que seja feito um muito breve enquadramento do que foi a evolução da realidade social no tempo de vida do Padre Telmo Batista Afonso, nascido a 9 de dezembro de 1929, e das instituições que serviu.

O analfabetismo era muito elevado no país, mais no interior rural do que nas grandes cidades. No ano de 1910, no concelho de Bragança era de 83,6%, quatro em cada cinco não sabia ler nem escrever, apesar de Bragança desde cedo ter acolhido instituições de ensino ligadas a ordens religiosas, destacando-se a dos Jesuítas que, desde 1561 a 1759, no Colégio ministrava a disciplina de teologia e outras cadeiras modernas de nível pré-universitário, ensino sempre referenciado como de elevado nível nos relatórios do estado da Diocese enviados ao Papa. Foram grandes os empreendimentos dos Jesuítas em Bragança, que muito perdeu com a sua expulsão, em particular na educação.

A expulsão dos Jesuítas, no ano de 1759, atrasou muito os projetos educativos de Bragança, previa-se, e existia a vontade por parte da Casa de Bragança e das autoridades locais, que o Colégio pudesse evoluir para Universidade. Cerca de um século depois da expulsão dos jesuítas, o Relatório da Junta Geral do distrito de Bragança, publicado no Diário do Governo em 1839, referia que Bragança não tinha uma aula especial de aritmética e geografia, nem de História, que não havia em todo o distrito uma tipografia, nem uma livraria pública. Em 1910, das 49 freguesias do concelho, 41 já tinham escola primária, a maioria funcionava em casas particulares, o Zoio ainda não tinha escola, e já o Liceu Nacional era frequentado por 522 alunos. Só no ano de 1956 passou a ser obrigatória a escolaridade de quatro anos para meninos e em 1960 para meninas. O analfabetismo baixou em 2021 para 7,25%, e a população com ensino superior na faixa etária acima dos 15 anos era de 24%, uma grande mudança.

No início da década de 1950, em que nasci, e o padre Telmo Afonso se ordenou, segundo António Evangelista, na freguesia formaram-se duas professoras primárias, a D. Aida Magalhães e a D. Maria Luísa Moreira, que no ano de 1959 dava aulas em Refoios, e mais duas ou três pessoas tinham frequentado o Liceu ou o Seminário. Quando estudava na Universidade do Porto, conheci no ano de 1973, o Professor Catedrático, responsável pela área da física, Alexandre Augusto Pires de Carvalho, a mãe era de Refoios, o pai foi chefe da estação ferroviária da Mosca. Nessa altura os catedráticos da Universidade eram muito poucos, de Trás-os-Montes eram em número significativo.

Poucos eram enviados das aldeias para Bragança, para frequentar o Liceu ou a Escola Industrial, não existiam meios de transporte, o que obrigava a que os estudantes tivessem de ficar alojados na cidade, em casas particulares, os custos de estadia eram elevados para as possibilidades das famílias, e a deslocação para a cidade, fazia-se de comboio, nas aldeias por onde passava a linha, nas restantes fazia-se a pé ou a cavalo, normalmente nos períodos de férias. O Seminário era uma boa alternativa, proporcionou formação a muitos jovens, embora a maioria abandonasse aos 14/15 anos, com boa preparação para prosseguir os estudos no Liceu, concorrer a um lugar na administração pública, no comércio ou num banco, alguns regressavam a casa, para as lides agrícolas.

A religiosidade nesta freguesia e limítrofes esteve sempre presente, no rigor da doutrina, dos momentos do dia dedicados à oração, do respeito pelos dias santos. Nesta pequena e isolada freguesia, desde finais do século XVIII, ordenaram-se nos dois últimos séculos, na Diocese de Bragança-Miranda, catorze padres, de Refoios seis, do Zoio seis e de Martim dois, segundo dados obtidos nos Serviços Centrais da Cúria Diocesana, fornecidos pela Dr.ª Sandra Vale.

Em Refoios, o padre Inácio José Vaz, que pertenceu à Irmandade do Socorro dos Clérigos, no Porto, e em 1806, em Refoios construiu uma capela particular de culto público; em 1797 encontra-se o processo de habilitação a Ordens Menores de Inácio Pedro Vaz; no ano de 1822, Francisco António Pires; no ano de 1847, Marcelino Lourenço Vaz; no ano de 1929, José Maria Malta; no ano de 1961, o Cónego João António de Barros, atualmente o único dos padres vivos, que desde 1963, foi colocado nos concelhos de Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta, onde deixa uma obra marcante, na recuperação do património religioso e na construção de Lares Residenciais para a Terceira Idade e de creches, é capelão da GNR há 49 anos e da PSP há 33 anos. Encontramos ainda o nome de Francisco António Pires, natural de Refoios, que tirou o curso de padre, não foi ordenado, e foi chefe dos correios no Porto.

Do Zoio ordenaram-se: no ano de 1822, Manuel António Gonçalves; no ano de 1831, Bonifácio Rodrigues; no ano de 1847, Pedro Manuel Gonçalves; no ano de 1848, Francisco Xavier Gonçalves; e no ano de 1952, Telmo Baptista Afonso. Em Martim, no ano de 1788, Manuel Pires, e no ano de 1865, Francisco Inácio Domingues Coelho. Há informação nas Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança, a Frei Caetano de São José que professou no Convento de Setúbal a 23 de janeiro de 1786, natural do Zoio. Na freguesia, a vocação para as ordens religiosas, foi muito significativa.

O povo da freguesia foi sempre dedicado ao trabalho, cooperante e solidário, nunca se ouviu falar de uma grande zanga entre os seus habitantes, pelo contrário, perante uma infelicidade, como arder a casa, ou a meda na eira, logo o sino tocava a rebate juntando o povo, reunindo esforços e de seguida, reconstruir o que fosse necessário. Temos boas referências do passado, também temos do presente. As aldeias da freguesia dispõem de todas as infraestruturas básicas.

A freguesia atingiu em 1960 os 595 habitantes residentes, o mais elevado valor desde que há registos; baixou drasticamente, e no ano de 2021 tinha 126 habitantes, perdeu quase 80% da população em pouco mais de meio século. Deu-se uma rotura no povoamento, com um pico de emigração na década de 1960, fugindo muitas famílias da fome, das precárias condições de vida que nessa época pouco diferiam das vividas em séculos anteriores, mais próximas da idade média, muito longe dos padrões da atualidade.

O tempo em que o padre Telmo Baptista Afonso, se criou e viveu, foi de uma realidade social, rural e urbana de grande privação material, mas de valores sociais, culturais e identitários fortes, que marcaram a vida e as memórias de muitos de nós, e naturalmente a vida de um homem tão culto, inteligente e humilde, tão amigo das pessoas em geral e em particular dos mais pobres, que eram a maioria.

Compreendia bem a privação de bens materiais e de falta de conforto em que se vivia. A economia era pobre e de subsistência, as casas eram desconfortáveis para os atuais padrões de conforto, não tinham casas de banho ou retretes, na maioria, nos baixos da casa ou em edifícios contíguos, o teto era partilhado com os animais.

Até à década de 1950, o correio chegava de charrete, vindo de Vinhais até ao posto de distribuição da Edrosa, a partir daqui era transportado para o posto de correio do Zoio e seguia para Refoios, e daqui era distribuído para S. Cibrão e Celas, era condutora do correio, a D. Clotilde da aldeia de Martim, fazia o transporte numa burra. O primeiro telefone público da freguesia foi instalado no Zoio, em meados de 1950, servia as aldeias próximas, evitando as longas deslocações a Bragança, feitas a pé ou a cavalo, quando era necessário chamar um médico de urgência.

A energia elétrica chegou à freguesia, na década de 1970, cerca de meio século depois de a cidade de bragança, no ano de 1921, ter distribuição para as primeiras casas e instalação das primeiras lâmpadas de iluminação pública. Só a partir da década de 1970 e seguintes, as ruas das aldeias da freguesia foram calcetadas, antes, durante o longo período de inverno, em períodos mais críticos, as ruas eram autênticos lamaçais, por onde circulávamos de socos ou de botas grossas.

A água recolhia-se nas fontes de mergulho, até que nas décadas de 1950 e 1960, se fizeram à pá e picareta, pela força braçal, da população reunida em conselho, as primeiras captações para ligar a poucos fontanários dispersos. A distribuição por rede domiciliária e a as redes de canalização de esgotos, foram construídas nas décadas de 1990 e 2000. O transporte público, só iniciou na década de 1950, com a carreira que ligava Bragança a Torre D. Chama, pela estrada E.N 206, em macadame, e a população de todas as aldeias próximas, tinha de se deslocar, até à paragem correspondente, a pé ou a cavalo, em caminhadas de algumas horas, exemplo de S. Cibrão, Celas, Refoios, Vila Boa etc. A Carreira transportava pessoas, mercadorias e encomendas na grade colocada no tejadilho, e no porta-bagagens podia transportar pequenos animais.

De seguida surgiram as camionetas, no Zoio a do Tio Luís Almendra, e a do Viriato Vaz e também da Torre D. Chama, Lamalonga e S. Pedro Velho, vinham outras camionetas. Das aldeias, em carros de bois transportavam-se os produtos para a estrada, e daqui seguiam nas camionetas para a feira em Bragança, na carroçaria podiam transportar pessoas, mercadoria e animais. Antes, em carros de bois bem carregados, faziam-se longas e demoradas viagens até à feira de Bragança, saíam de madrugada e regressavam pela noite fora, por vezes com a mesma carga, não a tendo conseguido vender, regresso triste o do agricultor, pesado para os animais.

Quis deixar uma breve reflexão, para lembrar a mudança radical que em pouco mais de meia dúzia de décadas ocorreu, que nos transportou da idade média para a modernidade, mudança que o padre Telmo viveu. Fez a escola primária no Zoio, e com vinte anos de idade, a 21 de dezembro de 1949, entrou para o Seminário de S. José, cujas instalações tinham sido inauguradas no ano de 1932. Foi ordenado sacerdote a 29 de junho de 1952, por D. Abílio Vaz das Neves na Igreja do Seminário de S. José, aqui tirou o curso de teologia com a classificação de 17 valores, o que lhe permitiu a equivalência para lecionar no ensino secundário.

Neste ano de 1952, foi nomeado, Prefeito e Professor do Seminário de Bragança e no ano seguinte foi nomeado, Prefeito e Professor no Seminário de Vinhais. Falei com um amigo, o ex-Comandante da PSP de Bragança, de 1997 a 2002, António Alves, que frequentou este Seminário, e que sobre o padre Telmo me referiu, “foi o tipo mais porreiro que conheci na minha vida”, e me disse, que o padre Telmo com quem constituía equipa de futebol, era um grande ponta de lança, um entusiasta do futebol, e que num importante jogo da equipa do Seminário de Vinhais, com uma equipa externa, em que era guarda-redes o aluno António Alves, sendo o padre Telmo Afonso avançado, este lhe disse, “se não deixares entrar nenhum golo dou-te a nota de 17 a latim”, e assim foi. O padre Telmo era um companheiro de todos os momentos, lembro-me que na aldeia se associava connosco nos jogos tradicionais, no jogo da pedra era um forte atirador.

No ano de 1954 a 1960, exerceu os cargos de Prefeito e de Professor no Seminário de S. José em Bragança. Em julho de 1960, assumiu o cargo de Prefeito e Professor no Colégio de S. João de Brito, e em setembro de 1965, foi nomeado Diretor do referido Colégio. Aqui lecionou as cadeiras de português, latim, e ciências naturais (zoologia, botânica e mineralogia). O Colégio de S. João de Brito, de responsabilidade da Diocese, iniciou com internato em 1941, o edifício de instalação definitiva foi inaugurado no ano de 1952, em regime de apoio ao Seminário de S. José, e de internato e externato masculino. Aí estudaram e residiram ilustres personalidades de Trás-os-Montes, que guardam as melhores memórias do padre Telmo, que deixou a imagem de elevada formação académica e cultural, de rigor e disciplina no que era essencial, de elevada compreensão e tolerância nas situações menores.

Foi Capelão Militar Civil no Batalhão de Caçadores 3, no antigo Forte de S. João de Deus, tendo recebido um louvor. Lembro que Bragança foi uma cidade de elevada tradição militar, uma praça defensiva, desde o tempo dos Bragançãos. Quando da restauração da independência e ascensão da Casa de Bragança à IV Dinastia do Reino, no ano de 1640, as estruturas defensivas de Bragança foram reforçadas, tornando-se uma cidade fortaleza, com um regimento de infantaria no Castelo e um regimento de Cavalaria no Forte de S. João de Deus.

No ano de 1958, foi extinta a última das unidades militares aquarteladas na cidade, os bragançanos lutaram pelo regresso da presença militar, o que aconteceu no ano de 1966, com a reinstalação do Batalhão de Caçadora n.º 3, que acabou por ser extinto pouco mais de uma década depois, a 8 de dezembro de 1978, e assim, contra a vontade do povo brigantino e da sua brilhante história, terminou a presença da tropa, nesta que foi uma cidade fortaleza de defesa do reino e das suas fronteiras, sacrificada em muitos momentos da História de Portugal. Nos anos de 1963 e 1964 foram demolidos os quartéis militares da Cidadela, e vasta área do antigo forte foi ocupado por instituições públicas, como o hospital, o Liceu, o estádio municipal etc. O padre Temo Afonso foi capelão militar desde o regresso em 1966, do Batalhão de Caçadores 3, até à saída definitiva do exército de Bragança, a 8 de dezembro de 1978.

Um ex-oficial do BC3, Professor Francisco Cepeda, ex-governador civil de Bragança, quando lhe perguntei o que me podia dizer sobre o padre Telmo Afonso, enquanto capelão, reagiu espontaneamente, com a seguinte expressão “é um santo”. Foi um capelão dedicado a todos os soldados, muito respeitado pela hierarquia militar, e em particular pelos militares de mais baixa patente, que os ouvia nas suas dificuldades e fraquezas, ajudando-os com conselhos e palavras de conforto, e discretamente ajudava alguns com apoio material, para além de nunca ter recebido o salário da capelania do quartel a que tinha direito, entregando-o para beneficência da Obra do Soldado, obra informal de ajuda aos soldados mais necessitados.

Foi professor do Liceu Nacional de Bragança, tomou posse como professor do 6.º Grupo, para lecionar português, a 3 de outubro de 1973, referindo-se o último documento do processo individual à remuneração mensal relativa ao ano de 1998. Assim se conclui ter sido professor de português durante 25 anos. O Liceu de Bragança foi criado no ano de 1836, subiu à categoria de Liceu Central, no ano de 1911, mediante projeto de lei apresentado a 14 de julho e 1908, por Abílio Beça e outros deputados do distrito, que no parlamento apresentaram a reclamação de um grupo de pais que pretendiam que os seus filhos pudessem fazer o 6.º e 7.º ano do Liceu em Bragança, e não terem de se mudar para o Porto ou Lisboa, e assim, reduzir o elevado sacrifício financeiro e outros, que tinham de fazer para assegurar aos seus filhos, a conclusão dos estudos.

Também foi professor, durante sete anos, na Escola Secundária da Sé, em Bragança, nos anos letivos de 1980 a 1987.

Foi nomeado Vigário-Geral da Diocese, por decreto de 10 de abril de 1974, de D. Manuel de Jesus Pereira, 41.º Bispo da Diocese de Bragança-Miranda, depois de, por escrito ter ouvido o Presbitério Diocesano, sendo o nome do padre Telmo Batista Afonso um dos mais votados, referindo o decreto “… que, pelos relevantes serviços prestados na vida paroquial, na direção do Colégio de S. João de Brito, no magistério do mesmo Colégio e do Seminário, na orientação dos Cursos de Cristandade, na Capelania do Quartel de Bragança, conquistou a consideração do Presbitério e do Laicado Diocesano, pelo seu aprumo moral, intelectual e sacerdotal.” Recusou a elevação a Cónego, segundo informação do Padre Sobrinho Alves. O padre Telmo foi quase tudo na Diocese, pena que, em devido tempo não tivesse sido enviado para Roma.

Foi um dos padres mais dedicados, mais fiéis e discretos da Diocese de Bragança-Miranda, preferia valorizar a parte positiva da vida e as boas qualidade das pessoas, qualquer que fosse a sua condição, o que muito bem se percebia, no relacionamento diário, e nos sermões que cativavam a atenção das pessoas, ele que era tido como um enorme Pregador prestando particular atenção aos pobres e aos mais frágeis da Comunidade, foi um homem de elevada cultura, de formação pessoal e académica muito acima da média. Ganhou todos os prémios enquanto estudante, mas isso não o envaidecia, aceitava-os com coisa normal. Não levava dinheiro pelas cerimónias religiosas, entendia ser suficiente a remuneração que recebia como professor do Liceu. Fez o bem ao longo da vida, agindo com grande humanidade e grandeza de alma.

No dia 26 de maio de 2012, no Zoio, ano em que completou 60 anos de sacerdócio, a Diocese, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia, fizeram uma homenagem ao padre Telmo Afonso. Durante a missa, D. José Cordeiro entregou-lhe uma carta autografada por Sua Santidade o Papa Bento XVI, com uma bênção apostólica extensiva aos seus familiares e seus paroquianos. Nesse dia foi inaugurado o novo centro de convívio do Zoio, dia em que o padre Telmo declarou ao Mensageiro de Bragança, “nunca tive problemas com ninguém, eles também nunca tiveram problemas comigo … eu aqui vivo no meio de lavradores e também sou meio lavrador.” e “… tenho feito o que é normal um padre fazer.” “… quando o Bispo me ordenou e me perguntou: prometes-me a mim e aos meus sucessores obediência e reverência? Conscientemente respondi sim e tenho sempre guardado obediência e reverência aos meus Bispos”.

Nas aldeias e na cidade, as pessoas que o conheceram dizem, o padre Telmo Afonso foi meu amigo, digo o mesmo desde a infância, e enquanto exerci as funções de presidente da Câmara Municipal, por vezes visitava-me de surpresa, escreveu-me algumas cartas, fazendo recomendações e sugestões, pedidos de ajuda a famílias pobres. Sinto-me muito honrado por ter podido prestar este depoimento, e em nomes dos presentes poder agradecer, pelo legado de bem fazer que nos deixou. Nesta justa homenagem, prestada pela comunidade paroquial da freguesia do Zoio, a 9 de setembro de 2023, só podemos, em uníssono dizer: Honra ao Padre Telmo Batista Afonso!!!

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