Negociações com Rocha pela Junta de Bragança

Apesar da hecatombe eleitoral para a Câmara de Bragança e de ter sido apenas a quarta força mais votada na corrida à Junta de Freguesia da Sé, Santa Maria e Meixedo, a maior do concelho (e do distrito), o Movimento Independente Sempre Presente XIII, criado por Humberto Rocha, poderá ter uma palavra a dizer na composição do próximo Executivo da Junta.
Os 37,7 por cento (3597 votos) do PSD foram suficientes apenas para nove dos 19 mandatos na Assembleia de Freguesia, deixando os restantes dividios por PS (cinco), Movimento Independente XV de Vítor Barata (três) e o Movimento Sempre Presente XIII (dois).
José Pires, candidato mais votado, precisa de pelo menos mais um voto na Assembleia de Freguesia para ter maioria. E as conversas exploratórias já começaram e foram com um dos candidatos eleitos pela lista de Humberto Rocha, segundo confirmou ao Mensageiro fonte do Movimento.
O PS para já, pela voz de Pedro Rego, o número dois da lista à Junta, estranha o silêncio do PSD mas a verdade é que os sociais democratas já escolheram com quem querem negociar.
O PS dificilmente será tido em conta para parceiro de governação, até pelas diferenças políticas. Já com o movimento de Vítor Barata as diferenças são mais pessoais, pois a sua candidatura surge precisamente por não ser tido em conta pelo PSD e a animosidade foi visível ao longo da campanha.
Com Humberto Rocha cada vez mais longe da ideia de voltar a candidatar-se à Câmara, esta pode ser mesmo a única oportunidade de a voz do Movimento Sempre Presente ser ouvida, nem que seja pelo mínimo, pois tanto na Assembleia Municipal (sete eleitos) como na vereação (um), o papel não passa do de figurante.
Em cima da mesa está a contrapartida de pelo menos um membro no Executivo da Junta e num dos três primeiros lugares (qualquer um deles, pelo facto de a freguesia ter mais de 20 mil eleitores, terá caráter e remuneração acrescida).