A opinião de ...

Abrir ou não abrir, essa a questão

Nos últimos e nos próximos dias, a questão do momento será a de abrir ou não e em que medida a economia depois do mês e meio de confinamento devido ao novo coronavírus.
Como qualquer criança sabe, o exercício de suster a respiração só consegue ser executado até certo ponto sem deixar sequelas. Com a economia, acontece algo de semelhante. Quantas mais semanas passam, são mais as pessoas a engrossar a fila do desemprego e do banco alimentar (como as notícias dos últimos dias documentam).
Como diria o povo, "não se morre do mal, morre-se da cura".
Mas os passos que se derem agora vão ter resultado prática no futuro, daqui a umas semanas ou uns meses. E esta questão é tanto mais importante quanto se sabe que é lá, no futuro, que passaremos o resto das nossas vidas.
Com vários setores de atividade a bradar pela abertura das restrições impostas, é preciso definir uma forma segura de o fazer, sabendo que nenhuma delas é cem por cento à prova de contágio.
Cabe, pois, ao Governo definir parâmetros e à sociedade cumpri-los.
Os responsáveis da saúde esperam um aumento de contágios durante o mês de maio, quando as pessoas começarem a sair para a rua.
Importa, por isso, não perder a calma e manter os maiores cuidados possíveis.
O verão será uma incógnita, sabendo-se, de antemão, que qualquer evento com capacidade para juntar milhares de pessoas estará interdito. Sofrerão, com isso, todas as aldeias, vilas e cidades, que aproveitam esta altura do ano para fazer as suas festas, até porque a população quase duplica por estas paragens.
Esse será outro dos fatores a ter em conta, pois a mobilidade é um dos maiores fatores a propiciar o contágio da covid-19.
E se o outono chegar ainda sem uma vacina disponível, o tradicional avolumar de casos de gripe será, desta vez, acompanhado de novo aumento de casos de covid-19.
O nosso futuro está, portanto, nas nossas mãos.
Sabemos que os próximos meses não serão passados com a normalidade que estávamos à espera e que, por vias disso, os próximos anos, economicamente falando, também não.
Na sua homilia da missa de terça-feira, na casa de Santa Marta, o Papa Francisco dizia que, "neste tempo, no qual se começa a ter disposições para sair da quarentena, rezemos ao Senhor para que dê ao seu povo, a todos nós, a graça da prudência e da obediência às disposições, para que a pandemia não volte".
O Santo Padre terminou a celebração com a adoração e a bênção eucarística, convidando a fazer a Comunhão espiritual. A seguir, recitou a seguinte oração:
"Aos vossos pés, ó meu Jesus, me prostro e vos ofereço o arrependimento do meu coração contrito que mergulha no seu nada na Vossa santa presença. Eu vos adoro no Sacramento do vosso amor, a inefável Eucaristia. Desejo receber-vos na pobre morada que meu coração vos oferece; à espera da felicidade da comunhão sacramental, quero possuir-vos em Espírito. Vinde a mim, ó meu Jesus, que eu venha a vós. Que o vosso amor possa inflamar todo o meu ser, para a vida e para a morte. Creio em vós, espero em vós. Amo-vos. Assim seja"
Ámen.

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