A opinião de ...

O primeiro dia do resto das nossas vidas

Segunda-feira, 15 de março, marca indelevelmente a nossa situação atual pois é o tão ansiado primeiro dia dia do resto das nossas vidas.
O início do processo de desconfinamento, o segundo porque passou Portugal, espera-se que seja acertivo e o último por que passamos, mesmo a conta-gotas.
Foi o primeiro dia do resto das nossas vidas pois espera-se que, a partir daqui, não se volte atrás com uma quarta vaga de pandemia.
Um ano depois, já ninguém pode dizer que é apanhado desprevenido.
Após 12 meses, já se sabe muito sobre causas, consequências e formas de atuação do novo coronavírus.
veja-se, por exemplo, a diferença entre aquilo que passaram os primeiros infetados, obrigados a aguardar por dois resultados negativos antes de poderem ter contacto com o resto do mundo (nalguns casos, esperando três meses), e os que agora ficam infetados, que são libertados automaticamente após dez dias sem sintomas. Decisões alteradas fruto do maior conhecimento que se vai tendo do vírus.
Tal como se dizia há um ano, este período pascal não será como aquele a que estamos habituados para que possa voltar a ser como estamos habituados.
A reabertura das creches permitiu a muitos pais regressarem ao trabalho e às rotinas do dia a dia.
Quando, a 05 de abril, reabrirem mais níveis de ensino, repõe-se mais um nível de normalidade, ao mesmo tempo que a vacinação vai fazendo o seu caminho.

Por cá, no Nordeste Transmontano, pela primeira vez desde o final de setembro, contou-se um dia sem novos casos (na verdade, já foi mais do que um , pois na segunda-feira também não houve nada de novo).
As instituições podem começar a respirar um pouco depois da pressão a que foram sujeitas desde setembro. Se a primeira fase da doença, até ao verão, foi mais aleatória, as IPSS foram das mais visadas no último meio ano, obrigadno a um esforço extra a dirigentes e, sobretudo, colaboradores.

Em termos hospitalares, também já se vêem sorrisos e respira-se ânimo. Sem doentes em cuidados intensivos pela primeira vez desde o ano passado, os profissionais de saúde regressam, também, à normalidade, com a reposição de vários serviços.

Mas, olhando para o que acontece noutros países, convém não perder o foco. O perigo de um retrocesso é real.
Numa altura em que população e empresas estão já saturadas das restrições que têm limitado as nossas vidas e a nossa economia, é preciso não baixar os braços para não ficarmos como o náfrago, caídos com a praia à vista.
Para que o dia 15 de março possa ser, de facto, o início do fim definitivo dos confinamentos.

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