A opinião de ...

2021 - Eleições Autárquicas Notas soltas duma grande madrugada

Garantidamente, pouca gente esperaria que, por causa do terramoto eleitoral que aconteceu para as bandas de Lisboa, para saber os resultados finais destas eleições, teria de esperar até ao raiar da aurora do dia seguinte.
Passadas poucas horas depois do fecho do processo e com tudo ainda muito a quente, convicto de que, mais uma vez e como sempre, os ilustres e doutos “opinadores” profissionais da nossa praça, irão sugar até ao tutano o enorme manancial de assuntos que as eleições puseram ao seu dispor para encher páginas sem conta dos grandes jornais e ocupar horas a fio as televisões para quem trabalham, mesmo assim, por me parecerem muito interessantes umas e, no mínimo, algo curiosas outras, valendo-me dos apontamentos coligidos durante a noite eleitoral, vou registar algumas das afirmações, dos factos, das surpresas e das deceções de algumas das figuras de maior destaque envolvidas em todo este processo, começando, , pelo Dr. A. Costa, na versão sem gravata , pondo-lhe uma pequena dúvida.
- Sr. Primeiro Ministro, sem sofismas nem argumentos ridículos, por favor, explique para nós como ontem foi capaz de dizer que “perdendo ganhou”.
- Sinceros e merecidos parabéns para o Dr. Fernando Medina da noite eleitoral, pela dignidade com que cumprimentou o Dr. C. Moedas, pela hombridade com que assumiu a sua derrota “pessoal e intransmissível”, pelo sentido de estado, nobreza de carater e profissionalismo com que, nos superiores interesses de Lisboa e dos lisbonenses, se disponibilizou a colaborar em tudo o que possa ser necessário para que a transmissão de poderes para o seu sucessor se possa fazer da melhor maneira possível, sem reservas nem percalços de espécie alguma.
- Dr. Rui Rio, um pouco de moderação fica sempre bem.
Mesmo que, com toda a justiça possa e deva considerar-se um dos poucos vencedores da noite, uma vez que atingiu todos os objetivos que se propusera, ainda que meramente metódica, poderá restar na opinião de muita gente, alguma reserva se tais objetivos estariam ao nível das exigências da história e da grandeza dum partido como o PSD, dúvida essa que, no entanto, em nada pode nem deve contribuir para ensombrar o brilho da vitória dessa noite.
- Do discurso de vitória do Dr. C. Moedas, o candidato que, como que vindo do nada à menos tempo do que demora a gestação duma criança, foi o grande vencedor que provocou na classe política um terramoto idêntico ao que arrasou Lisboa no século XVIII, que ouvi com muita atenção, retive algumas das suas afirmações, reveladoras do seu caráter, que deixo à consideração, nas quais afirma sem rodeios que “ Tem de deixar-se a política da fricção e fazer a política da construção”, “A democracia não tem donos”, “Esta foi a decisão mais difícil da minha vida”.
-Com muito orgulho e enorme satisfação, um abraço de parabéns ao Dr. Jorge e à sua equipa por mais esta vitória arrasadora nas terras de Vimioso.

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