A opinião de ...

Coragem, Respeito, Responsabilidade, Justiça, Nobreza e Dignidade precisam-se

Volto à grande concentração a organizar pelo PCP nos dias 4,5 e 6 do próximo mês de setembro na sua quinta da Atalaia, na margem sul do Tejo para, a propósito dela, refletir sobre alguns conceitos muito simples, mas sempre atuais, como legitimidade, respeito, responsabilidade, coerência dignidade e justiça, demasiadas vez ignorados e omitidos no muito que sobre esta festa continua a ser dito e redito a todos os níveis.
Numa mal disfarçada manobra de diversão, talvez para queimar tempo, branquear a passividade e diluir responsabilidades, os envolvidos neste imbróglio, numa visão tendenciosa, sectária e canhestra do problema, tentam agora, resguardar-se à sombra duma alegada legitimidade da festa do Avante. Porque não apresentam qualquer explicação ou fundamentação objetiva, nas atuais circunstâncias, mais não fazem que tonar legítimas todas as dúvidas e hipóteses, sobre o que teria acontecido de tão grave nos meandros da política, para deixar o governo sem capacidade, sem coragem e sem vontade de assumir as suas responsabilidades. Inexplicavelmente, (ou talvez até não), revelando total falta de capacidade para exercer a sua legítima autoridade, até parece que ajoelhou perante certas forças de pressão que, por vaidade, capricho e teimosia, não desistem da organização duma festa desta natureza, marimbando-se para o risco muito sério de atirar milhares de pessoas para um novo e avassalador surto de COVID19, agora à escala nacional.
Neste situações, exige-se e espera-se que todos aqueles que, por ação ou omissão, assumem o risco ou facilitam a realização de eventos faraónicos como a festa do Avante, seja a que pretexto ou com que interesses for, pelo muito que está em jogo, sejam responsabilizados política, moral e materialmente pelas consequências dos seus atos e que, nos termos da legislação aplicável, sem alibis habilidosos de ocasião ou subterfúgios de qualquer natureza, coletiva e /ou individualmente, no mínimo, sejam obrigados a indemnizar, tanto a comunidade no seu todo, como individualmente as pessoas, por todos os danos materiais, físicos e morais que vierem a causar.
Porque casos como este, não podem resolver-se “com paninhos quentes”, tudo seria bem mais fácil se, da parte de todos os responsáveis houvesse coragem, respeito, sentido de responsabilidade, dignidade, justiça e equidade para decidirem apenas e só, em prol do bem comum.
Coragem para dizer não, mesmo que uma tal atitude pudesse significar a perda de meia dúzia de votos numa qualquer eleição;
Respeito pelo trabalho pelo risco e por todo o sofrimento causado pelo COVD19, além de muitos outros, aos doentes infetados, ao pessoal de saúde, aos bombeiros, às forças de segurança e, muito particularmente, pela memória dos que morreram e pelos que sofrem as sequelas difíceis de contornar, físicas e psicológicas resultantes dos tratamentos;
Sentido de responsabilidade de todos perante a gravidade duma pandemia que ninguém sabe como apareceu e, menos ainda, se, como e quando poderá ser controlada;
Sentido de justiça e de equidade porque o que é para uns tem de ser igual para todos. Não pode haver filhos da escrava e da agarena;
Nobreza e dignidade para nunca submeter os interesses do bem comum aos interesses individuais ou de grupo, por mais legítimos que estes possam parecer.

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