A opinião de ...

O RATO………ROEU A ROLHA!

Nesta semana tórrida de Verão, o meu comentário sobre a recente e polémica criada com a nomeação da ex-deputada comunista Dr.ª Rita Rato para diretora do Museu do Aljube, Resistência e Liberdade em Lisboa, para ficar um pouco mais aligeirado, optei por dividi-lo em quatro partes distintas, (Introdução – Tese – Antítese e Síntese) esperando, que se enquadrem bem numa muito resumida síntese final. Se o conseguir, tudo bem mas, se falhar, fica a promessa de, para a próxima, tentar fazer melhor.
INTRODUÇÃO
Segundo a agência noticiosa Lusa, a ex-deputada comunista foi “escolhida” depois de em Abril ter sido aberto um processo de recrutamento para selecionar uma nova direção para o referido museu. Segundo o jornal Expresso, este processo desencadeou uma vaga de criticas, provenientes dos mais diversos quadrantes, com origem sobretudo no mundo académico, incluindo destacados historiadores e investigadores, que criticam os “critérios” que conduziram a esta escolha, uma vez que o perfil da “escolhida”, nem de longe nem de perto, corresponde ao que fora pedido no concurso, ao que o jornal Observador acrescenta a manifesta falta de experiência e a Associação Portuguesa de Museologia vai bem mais longe, não reconhecendo “nenhum discurso curricular, experiência profissional ou formação adequada Dr.ª Rita Rato que a recomende para aquele lugar, uma vez que tem apenas uma licenciatura em ciências políticas e relações Internacionais.
TESE
Como se neste nosso país fosse proibido contestar democraticamente tudo aquilo com que não se concorda, logo, e com o seu líder à frente, a guarda avançada dos que se julgam donos da verdade absoluta, porque se sentiram tocados nos seus interesses e na própria casa da democracia, não tiveram pejo de defender a tese peregrina de que a nomeação da Sr. Doutora, omitindo toda a verdade, era posta em causas unicamente pelas suas ideias políticas e, enquanto tal, isto era inconstitucional.
ANTÍTESE
Bastaram uma dúzia de palavras à historiadora Dr.ª Irene Pimentel para reduzir esta tese a farrapos quando, com a autoridade que se lhe reconhece, afirmou textual e liminarmente que: “Não se deve ser discriminado por se ser militante, ao ponto de não se poder concorrer a determinados cargos, assim como não se deve ser beneficiado por se ser militante. Penso que aqui ela beneficiou”.
SINTESE
Infelizmente, é triste constatar que a Assembleia da República, por muito que tal custe a engolir a muito boa gente, continua a ser uma das grandes agências de empregos deste país, onde se distribuem benesses a torto e a direito, sabe-se lá com que critérios, de que é exemplo a nomeação duma militante partidária para exercer funções de direção numa empresa do estado. Face a isto, meus caríssimos amigos, quem não souber, puder nem quiser fazer nada e, sobretudo, como se diz nas nossas terras, quem não quiser “dobrar a mola”, não tem nada com que se preocupar. Esteja atento a qualquer vaga na Assembleia da República ou similar. Muna-se com os “melhores ”cartões partidários e depois ,na primeira oportunidade só para salvar as aparências, vá confiadamente a concurso com todas as garantias de que o lugar já é seu.

Edição
3791

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