A opinião de ...

A Democracia é a voz do Povo

Na democracia, o soberano é o Povo pois ele é que é o detentor do poder, exercendo-o segundo as formas previstas na Constituição, entre as quais, o voto.
O Povo “é muito mais do uma população sobre um território”, referia Braga da Cruz, e expressa a convicção de que “a sociedade é mais do que a mera soma de indivíduos” acrescenta o Papa Francisco, realçando-se assim uma matriz identitária, de partilha de vida e de valores entre pessoas, cidadãos.
Existem líderes políticos que são capazes de ouvir precisamente a voz do Povo, entender e assumir as suas preocupações e os seus anseios transformando-os em programas duradouros de transformação e crescimento, de reformas e avanços para a concretização do bem comum.
E é bom que se oiça a voz do Povo, com ouvidos atentos e decididos pois os sinais que este vai dando e se vão conhecendo são sinais que traduzem indelével preocupação não só com o presente, mas sobretudo com o futuro próximo.
Estes sinais são os da desertificação e despovoamento humano e das assimetrias escandalosas existentes nas zonas mais interiores do País, como a nossa de Trás-os-Montes, com outras zonas do litoral.
São sinais do envelhecimento da pouca população existente, do abandono das aldeias, da fragilidade do tecido económico e empresarial, do fraco investimento público que faz com que se retraia o investimento privado, da não fixação dos jovens, da pouca criação de empregos, sobretudo os mais qualificados, do frágil acesso a cuidados de saúde de índole tecnológica e especializada, da deficiente aposta na formação profissional, do abandono de muita atividade agrícola, da degradação dos solos, das acessibilidades ainda limitadas, da desflorestação, do esgotamento dos recursos naturais, etc.
Estas preocupações não poderão deixar de ser refletidas e ponderadas neste período de campanha eleitoral que atravessamos, pois cabe um papel fundamental aos diversos partidos concorrentes às eleições para a Assembleia da República, de apresentação de medidas sérias e credíveis, exequíveis e suficientemente agregadoras e impulsionadoras da sua resolução que irão ser apreciadas e votadas.
Pena que em muitos casos os protagonistas locais escolhidos pela nomenclatura partidária não consigam consubstanciar as propostas e serem elo de ligação entre Povo e possíveis eleitos.
No entanto, ao Povo, sábio e prudente, caberá assim um acompanhamento critico e um julgamento rigoroso da sua oportunidade, eficácia, eficiência e qualidade, sem influências mais ou menos mediáticas que às vezes alguns comentadores e alguma comunicação social teimam em insistir levar por diante.
Com certeza que todos os que tem direito de expressar a sua voz pelo voto, no respeito da sua liberdade de consciência e pelos valores estruturantes de uma sociedade como a nossa, não deixará desejavelmente de o exercer.
Sabemos todos que a construção de uma sociedade é tarefa e missão de todos e de cada um dos cidadãos, constituindo-se o voto como um direito e um dever.
Dele depende que seja valorizado devidamente quem procura reger-se pelos valores da verdade, da justiça, da liberdade e da paz e se propõe concretizar, do ponto de vista de cada um, o melhor programa e o mais corajoso de reformas tendentes à melhoria da vida das pessoas suas concidadãs, o principal tesouro de um País, e o progresso civilizacional de Portugal.

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