A opinião de ...

Jesus nasceu em Belém

S. Lucas, no seu Evangelho, capítulo 2, versículos 1 a 7, conta-nos as circunstâncias em que Jesus nasceu.
Dando cumprimento a um “édito da parte do Imperador César Augusto para ser recenseada toda a terra”, José, acompanhado por Maria, sua esposa que se encontrava grávida, dirigiu-se para Belém, cidade da Judeia, por ser da casa e linhagem de David, à qual ele pertencia.
Enquanto ali se encontravam, tendo-se completado os dias de gravidez, Maria deu à luz um Menino num estábulo um pouco afastado da cidade, pois não encontraram hospedaria que os acolhesse. Tendo-O envolvido em faixas, deitou-O na manjedoura dos animais que, segundo a tradição, seriam uma vaca e um burro, os quais aqueciam o Menino com o seu bafo quente.
Os anjos, anunciando este nascimento – o nascimento do Rei dos reis – aos pastores que ali pernoitavam guardando os seus rebanhos, cantavam hinos de excelsa glória, transmitindo-lhes, ao mesmo tempo, a alegria que sentiam.
E como, numa noite resplandecente, de cânticos e de brilho, ali terem acorrido e adorado o Menino que, com o seu encanto, lhes sorria, foram os pastores os primeiros a espalhar pelas redondezas aquele nascimento e a hora magnífica em que se viram envolvidos. Esta tão esperada notícia em breve correu por toda a Terra. E, mais tarde, também os Reis Magos, (lá de muito longe!), ao conhecerem tão empolgante evento, guiados por uma estrela, O foram adorar, enquanto Lhe ofereciam presentes. Maria, a Mãe, diz o evangelista que “conservava todas estas coisas, ponderando-as no seu coração” (Lc 2,19).
S. Francisco de Assis, em 1223, baseado na descrição de S. Lucas, concretizou o ambiente em que aquele nascimento acontecera – o Presépio.
Essa concretização, depois de conhecida, multiplicou-se por todo o mundo; e em todo o mundo assim é representado o Presépio, em que predomina a imaginação: com mais ou menos beleza, mais ou menos personagens a adorar o Menino, mais ou menos pormenores da zona envolvente, mais ou menos esplendor, e sinalizado pela suspensa Estrela do Oriente.
Porém, nem por todos foi bem recebida esta notícia. Receando que aquele Menino, a quem chamavam Rei, lhe roubasse o trono, Herodes ordenou que fossem mortas todas as crianças nascidas nessa altura, dando origem à Matança dos Inocentes. Mas, antes desta grande crueldade, avisados por um anjo, José e Maria levaram dali o Seu Menino para o Egito, e só regressaram depois da morte de Herodes, salvando-O daquela carnificina.
Este Menino, assim nascido, quando adulto, durante o Seu ministério, iria anunciar que era Filho de Deus, Rei dum Reino que não era deste mundo.
Aceite como Messias, era seguido por grandes multidões para ouvir e por em prática a mensagem das Suas palavras. Veio dizer que todos eram irmãos, filhos de Deus; e que, por essa razão, o primeiro dever deles havia de ser amá-Lo, “sobre todas as coisas”, e amar os irmãos como a si mesmos.
Falando por parábolas, transmitiu-lhes a Sua doutrina; pela oração, ensinou-os a pedir ao Pai que lhes perdoasse as ofensas para com Ele, tal como eles perdoavam aos seus inimigos as ofensas que sofreram deles; e, através das Bem-Aventuranças, indicou-lhes o caminho que lhes transmitiria toda a confiança n’Ele e a esperança da completa felicidade.
Contudo, muitos O acusaram de blasfemo por algumas Suas afirmações que consideravam ofensivas a Deus e às Suas leis; e por isso, O entregaram a Pilatos, governador romano da Judeia. Este, depois de O mandar flagelar, entregou-O ao povo que O reclamava para ser crucificado.
E Jesus, no alto do Calvário, pregado numa cruz, encimada com a epígrafe INRI (Jesus Nazareno Rei dos Judeus), já exangue, pediu a Deus, Seu Pai, que por aquele ato, perdoasse aos Seus algozes, porque não sabiam o que faziam.
Este é o Jesus que, enviado pelo Pai, nasceu pobre no Presépio e veio ao mundo para carregar todos os pecados da Humanidade.
Este é o Jesus que, com os Seus seguidores, todos os dias é ofendido e perseguido por uma grande multidão à qual Deus, a pedido do Filho crucificado, continua a perdoar, porque tal multidão não sabe o que faz.

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3966

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