José Mário Leite

O dia depois

Não me é fácil comentar os resultados eleitorais do passado dia 29 de Setembro. Um amigo meu estranhava esta minha incapacidade e aduzia duas razões: integrei uma lista e uma equipa que obteve a maioria absoluta dos votos e foram validadas as teses que publicamente defendi. É verdade, mas não é tudo! Apesar da representatividade adicional que o número superior de eleitos confere à Assembleia Municipal, a verdadeira disputa eleitoral faz-se à volta das candidaturas para a Câmara Municipal e para as Juntas de Freguesia.


Limitações

Pode haver quem defenda que as ações ou propostas serão boas ou más segundo quem as pratica ou propõe. Não partilho tal opinião. Embora elaborada e aprovada com os votos maioritários da Assembleia da República, a lei de limitação de mandatos é uma má lei.
Má porque limita as opções dos eleitores sendo portanto uma contribuição negativa para uma sociedade mais democrática.
Má porque prejudica de forma diferente o litoral e o interior, sendo mais penalizante para este último tal como já defendi em tempos.


O LODO E AS ESTRELAS - II

Leio atentamente o texto do Ernesto Rodrigues na última edição do Mensageiro e assaltam-me recordações quase cinquentenárias. Ia quente 1975 sobretudo o verão, em brasa. Começava a praga dos incêndios florestais e experimentava-se a chaga do radicalismo político. Tal como ele também eu deveria ter entrado nesse ano para a Universidade mas a “obrigatoriedade” de passar pelos “Cívicos” levou-me de volta a Bragança e a acampar no S. João de Brito que eu conhecia de outras andanças. Quase irreconhecível o velho edifício amarelo ocupado por uma quinta divisão em funções de alfabetização.


Erro Crasso!

António José Seguro, falhadas as “negociações” com os partidos da maioria, regressou à estrada na sua interrompida campanha autárquica. Que na prática mais não é que a campanha de oposição ao governo garantindo que governar não é um jogo de cadeiras mas indicando a seguir que deveria ser antes um jogo de palavras. Como se o mais importante para Portugal e os portugueses em vez de uma inflexão nas políticas de austeridade fosse o significado que a palavra irrevogável possa ter.


Delito de Opinião

O jornal Expresso na sua edição de 20 de Julho de 2013 noticia na sua pag. 16 (com chamada à primeira página) que o cidadão Jacinto Lopes, testemunha de acusação, tendo colaborado com a justiça acabou por se incriminar e foi condenado. Ilegalmente. Não é claro se o referido cidadão é ou não culpado. O que é dito é que a sentença de que foi alvo foi considerada “inexistente porque foram esquecidas as mais elementares garantias de defesa”.


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