Mirandela

Falta roupa aos doentes internados no hospital

Publicado por Fernando Pires em Qua, 2015-10-28 10:24

Relatos confirmam falta de cobertores, pijamas, toalhas e casos de doentes internados sem roupa, por baixo dos lençóis. Administração diz que é falso.O vice-presidente da concelhia de Mirandela do Partido Socialista (PS) diz ter recebido várias queixas de familiares de utentes, do hospital de Mirandela, a dar conta de falta de roupa naquela unidade.
“Há doentes internados que estão sem roupa por baixo dos lençóis, na urgência faltam cobertores, quando os doentes ficam em observação e faltam toalhas e camisas de dormir para as senhoras”, denuncia Alexandre Pacheco que pede explicações à administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE).
“as pessoas só não escrevem no livro de reclamações por terem receio de consequências para os seus familiares que ainda estão internados”, explica aquele dirigente, que diz ter-se deslocado, no dia 19 deste mês, ao hospital, para visitar a sogra, de 91 anos e deparou-se com uma situação que classifica de inqualificável. “Encontrei-a despida na cama, apenas coberta por lençóis e na mesma enfermaria, na cama ao lado, outra idosa estava na mesma situação”.
Pediu explicações aos profissionais de saúde e a resposta foi surpreendente. “Disseram que não havia roupa para os vestir e que no mesmo piso, havia outras pessoas na mesma situação”, conta.

Para além deste episódio, Alexandre Pacheco relata que, no dia 13, havia 4 ou 5 pessoas em observação e só uma tinha cobertor”, acrescenta o dirigente político, concluindo que a ULSNE “não se pode refugiar nos certificados que atestam a sua suposta qualidade dos serviços prestados, quando na realidade acontecem estas situações pouco abonatórias”, lamenta.

A situação da falta de roupa foi confirmada, ao Mensageiro, por uma funcionária daquela unidade hospitalar. “Há períodos mais críticos, principalmente aos fins-de-semana, porque o stock de lençóis e cobertores não chega quando há necessidade de mudar mais vezes as camas”, explica a funcionária que pediu anonimato.
“A situação não é mais grave porque muitos familiares de doentes trazem os pijamas de casa”, diz.
Mas não são apenas os doentes prejudicados com esta situação, também os profissionais de saúde. “Quando temos de fazer noite, às vezes queremos descansar algumas horas e não há lençóis nas camas, temos de levar sacos-cama de casa”, conta um dos profissionais do hospital.

Administração desmente

Confrontada a administração da ULSNE sobre estas denúncias, a resposta chegou via correio electrónico. A direção liderada por António Marçôa diz ser “falso” que exista falta de roupa no Hospital de Mirandela e “menos ainda que seja uma situação recorrente”.
A ULSNE adianta que, “embora se tenham registado no passado algumas falhas no abastecimento de roupa por parte da empresa prestadora do serviço, deve ser tido em conta que se trataram de situações pontuais, que foram prontamente solucionadas através da intervenção da ULS Nordeste junto da entidade fornecedora”, refere o comunicado.
A administração diz ainda que “não tem registadas, atualmente, exposições nesse sentido, nem por parte de utentes, nem por parte dos profissionais de saúde da ULSNE”.
Conclui a administração, que as afirmações do vice-presidente da estrutura concelhia de Mirandela do PS “não correspondem à realidade, revelando-se infundadas e incompreensíveis, a não ser como fruto de uma ação ou contexto de ordem política”, termina.
 
 

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