A opinião de ...

Pergunta para o milhão: - Depois dos treze, quem será o próximo a cair?

No encerramento do congresso da distrital do Partido Socialista de Viana do Castelo, a dirigente socialista e atual ministra adjunta Ana Catarina Mendes, depois de , em nome do governo, “assumir o erro” e classificar como “ espuma dos dias”, a contestação à lista inaceitável de broncas, casos e casinhos, em que o governo, por exclusiva culpa sua, patente nas evidentes faltas de ética, de moral e de competência revelas nas últimas semanas se deixou atolar até ao pescoço as quais, se não forem rapidamente revertidas, terão de ser rebatizados, dirigindo-se aos seus congressistas, terminou a sua intervenção com este pedido muito sintomático:
“Não desperdicemos esta maioria absoluta, mas coloquemos essa maioria absoluta ao serviço das pessoas, lado a lado com os portugueses, para resolver todos os dias os seus problemas” .
Nisto, senhora ministra, todos de acordo.
Porém, nunca esquecendo que “errare humanum est”, por mais compreensão e complacência que se possa e deva ter para com quem erra, e ainda que, em tese, se possa aceitar que cada erro é um caso, mesmo assim, e também por isso, não pode aceitar-se que, sobrepondo-se à ética e à moral indispensáveis para o correto desempenho da atividade política, haja leis, interesses individuais ou de grupo, status económico, político, social ou outro, que possa dispensar, seja quem for, da obrigação de, no desempenho das suas funções assumir a total responsabilidade dos seus erros e dos seus atos, e de arcar com o ónus de ressarcir de todos os danos morais e materiais causados a terceiros, tanto por ação como por omissão.
Porque, em democracia, só não entende isto quem não quiser entender, da mesma forma que apenas “assumir o erro” em nome do governo é igual a nada, quase meio século depois do vinte e cinco de abril, mandar por “a maioria absoluta ao lado dos portugueses, para resolver todos os dias, os seus problemas”, se não foi para rir, então estamos conversados.
Certos de que para tudo tem de haver limites, não se pode continuar eternamente a branquear ou pactuar com situações como as registadas nos ministérios das Finanças, das Infraestruturas, da Agricultura, na camara de Caminha, na construção do novo aeroporto de Lisboa, na gestão da TAP, nas problemáticas nomeações para as Secretarias de Estado do Tesouro e da Agricultura que, para além de lesarem os cofres do estado, corroem perigosamente toda a credibilidade da classe política, nem permitir que se arrastem pelos corredores da justiça até serem enviadas pela prescrição para o caixote do lixo ou para o pó de um qualquer arquivo morto.
Porque, ao que tudo indica, a coisa promete, nos próximos tempos, é de esperar para ver.

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