A opinião de ...

Porque já se foi longe demais na “Guerra Total” nas escolas, é tempo de parar para pensar.

ão há como dissimula-lo, e muito menos tentar ignorá-lo, que vai continuar a não ser pera doce resolver esta guerra sem fronteiras, em que se envolveram o ministério da educação, e toda a comunidade escolar, para a qual não se vislumbra um fim à vista, com hipótese muito séria de que, a continuar tudo na mesma, o diferendo se radicalizar definitivamente, o que, a acontecer, pode atirar o processo para um poço sem fundo, criando assim uma situação extremamente difícil de ultrapassar que não conviria nada a nenhuma das partes, acabando os alunos, sem qualquer culpa no cartório, por serem os grandes sacrificados pelos estilhaços desta “guerra total”.
A situação de total irredutibilidade na defesa dos pontos de vista antagónicos de cada uma das fações, perigosamente agravada pela manifesta incapacidade e indisfarçável falta de vontade para encontrar e aceitar uma forma negociada de ultrapassar este impasse, já demasiadamente longo, em que este conflito laboral se encontra.
Porque o tempo não é elástico, por cada dia que passa, fica cada vez mais difícil, se não mesmo já impossível, acreditar que ainda possa haver capacidade e vontade para, em tempo útil, encontrar e aceitar uma saída airosa, com um mínimo de dignidade para todos, de modo a que não fique ninguém mal na fotografia, Senhor Presidente da República, porque a reabertura do novo ano escolar está mesmo aí a bater à porta e o pouco tempo que resta se esvai entre os dedos, a continuar tudo assim, muito provavelmente, a sua recente previsão de que, este ano ,o país irá ter uma reabertura das aulas dentro da normalidade e sem grandes percalços, pode já estar condenada a não passará duma mera manifestação de intenções e, quando o mês de setembro bater à porta, muito provavelmente, o país voltará a ser confrontado com mais uma das já costumeiras reaberturas das atividades escolares de má memória, que não interessa nem ao menino Jesus.
Para um problema desta magnitude que mexe com os legítimos interesses de muitos milhares de pessoas e com os direitos de ainda muitas mais, convenhamos que nunca será fácil encontrar soluções de total agrado e/ou de consenso.
Mesmo assim, e até mais por isso, é indispensável que, com o total envolvimento das partes em conflito, do pessoal docente, do pessoal auxiliar, dos pais, dos alunos e da comunidade em geral, se faça tudo o que puder e tiver de ser feito para criar uma solução que salvaguarde os direitos inalienáveis de todos os alunos a disporem duma escola que potenciando-lhes o desenvolvimento de todas as suas qualidades, os preparem para enfrentar, com sucesso, os muitos e grandes desafios com que, inevitavelmente, serão confrontados no futuro que os espera.

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