A opinião de ...

A facilidade, afinal, não é tão fácil quanto parece

Na página anterior pôde ler, de forma mais aprofundada, as conclusões de um estudo realizado na Escola Superior de Administração, Comunicação e Turismo do Instituto Politécnico, em Mirandela, que dá conta da insatisfação da maioria dos alunos inquiridos com as 'facilidades' proporcionadas pela pandemia no que ao ensino diz respeito.
Conclusões que vêm consubstanciar aquilo que já se intuía, sobretudo pelos pais que tiveram os filhos, de quaisquer idades, em telescola.
Um remendo nunca será mais do que isso mesmo, um remendo, uma situação de recurso para estancar um problema. Mas, assim que possível, é melhor substituir um remendo por uma situação definitiva.
Na educação, professores, alunos e pais, nos diferentes graus de ensino, fizeram das tripas coração ao longo de praticamente dois anos letivos para fazer face a uma situação que se quer o mais provisória possível. Mas agora convém planificar de forma conveniente a substituição do 'remendo' pelo regresso a uma situação definitiva que, de facto, sirva os interesses de todos.
Se as plataformas digitais permitiram manter um mínimo de contacto entre professores, alunos e uma ideia de escola/aprendizagem, urge que o regresso ao sistema presencial seja acompanhado de medidas compensatórias do tempo de remedeio. Prova dessa necessidade é o facto de o próprio Ministério da Educação ter alterado, de forma provisória, as regras do concurso de acesso ao ensino superior, por exemplo.
Mas, para não se pagar a fatura mais à frente na sociedade como um todo, convém, como pedia o Papa Francisco, não deixar ninguém para trás. E isso inclui os nossos alunos, sobretudo dos graus mais baixos de ensino, pois são os que precisam de maior apoio. Seja na exceção, seja na retoma. Se não, não há computador que lhes valha.

Com o processo de vacinação em curso, anseia-se pelo regresso à normalidade a partir do momento em que se atinja a imunidade de grupo (quando cerca de 70 por cento da população estiver imunizada).
Neste momento, o distrito de Bragança está acima dos dez por cento no que à toma das duas doses de vacina diz respeito.
Ainda falta um longo caminho até aos 70 por cento. Mas convém não esmorecer na luta e na prevenção, sob pena de ficarmos todos na praia, a lamentar não termos chegado ao ambicionado objetivo.
A boa notícia é que, de facto, tendo em conta o cenário vivido em janeiro e com as IPSS praticamente todas vacinadas, deixou de haver notícia de surtos em lares. E a ausência de notícias é uma boa notícia, pois indica a efetividade da vacina.
Agora é continuar a trilhar o mesmo caminho.

Edição
3830

Assinaturas MDB