Resultados das Eleições Legislativas 2025, e agora?
Ao contrário do que, numa primeira análise, seria espectável dos resultados dumas eleições legislativas inoportunas, inúteis e sem qualquer sentido que, como foi repetido até à exaustão pela quase totalidade dos partidos políticos, ninguém queria nem desejava, conhecidos que foram os resultados na noite do dia dezoito deste mês de maio de 2025, para além das muitas e sérias dúvidas confirmadas sobre a utilidade dum ato eleitoral no atual contexto social, político e económico, cujas previsões, para os tempos mais próximos, em pequenos países de economia aberta como a nossa, aconselham em todas as áreas muita prudência e moderação.
Porém, por razões difíceis de compreender e mais ainda de aceitar ou de justificar, não se sabendo bem por que tacticismo político, partidário, ou outros, sem que nada o justificasse, conjugando as fragilidades da geometria do parlamento, as oposições derrubaram o governo e atiraram o país para mais um processo eleitoral.
Na situação de crise por elas desencadeada, é precisamente dessas oposições, que dizendo não querer eleições, para melhorar a sua situação, derrubaram um governo com menos de um ano de exercício funções, que, sem subterfúgios, o país espera e exige uma resposta fundamentada, objetiva, clara e direta às dúvidas que preocupam a maioria das pessoas:
- Meus Senhores, derrubaram o governo, e agora?
É evidente que, se para todos aqueles que saborearam a alegria da vitória ou a satisfação pelos bons resultados conseguidos não será difícil encontrar uma resposta positiva, já para todos quantos tiveram de engolir o sabor amargo da derrota e lidar com o desapontamento pelos objetivos não alcançados, as coisas mudarão completamente de figura.
Porque o tempo não para e a vida não espera, passada a euforia da vitória de uns e o tempo de lamber as feridas de outros, é tempo de descer das nuvens, de todos assentarem os pés na terra e, especialmente os agentes da política assumirem as suas responsabilidades, nesta que poderá muito bem ser a sua última oportunidade para evitar o descalabro irreversível do regime democrático de que o país tem disfrutado, decorridos que são cinquenta anos depois da manhã radiosa do 25 de abril de 1974.
Não adianta nada meter a cabeça na areia, pensando que a democracia é intocável, que está a salvo de todas as crises e que, enquanto tal, será eterna, está acima de todas as crises e a coberto de qualquer percalço, e muito menos fantasiar desculpas para voltar à hipocrisia do ” faz de conta que não se passa nada”, porta aberta para o nacional porreirismo, que se sabe onde começa mas nunca onde acaba.