A EMRC em encontro neste Reino Maravilhoso
com orgulho, alegria e gratidão que na sexta-feira e sábado próximos, veremos ser realizado o 12.º Encontro Nacional de Alunos de EMRC do Ensino Secundário (XII ENES), uma atividade de âmbito nacional, promovida pelo SNEC – Secretariado Nacional da Educação Cristã e colaboração organizacional da Diocese de Bragança-Miranda.
É a primeira vez que se concretizará em Bragança, o cenário perfeito, neste “reino maravilhoso de Trás-os-Montes”, assim descrito por Miguel Torga.
E, como ele acrescenta, o que é preciso para ver os “reinos maravilhosos deste mundo” é que os olhos não percam a limpidez de quem tudo vê pela primeira vez. E que depois, o coração não hesite!
Estes Encontros que, ao longo dos anos, tem contado com a expressiva participação de alunos e professores, este ano terá um record pois vai contar com 2762 alunos e 238 Professores participantes!
Bragança acolherá de forma ímpar! Como fazem em geral os Portugueses, mas especialmente os transmontanos. Para isso também houve um envolvimento sem paralelo de tantas e tantos, com tanto cuidado, dedicação e generosidade, que a seu tempo e em espaço próprio se agradecerá devidamente.
Aqui, em Bragança como se fora e em representação de todo o território das Terras de Trás-os-Montes, os Alunos e Professores terão tempo e oportunidade, num Itinerário dos Sentidos, de conhecer a nossa região, os produtos, a cultura, as tradições, a arte, a Língua e Cultura Mirandesa, a fauna e a flora, a paisagem, as vivências, o património, especialmente aquele seu mais valioso que são as Pessoas, etc., por disponibilização de alguns ateliers e realização de múltiplas e significativas atividades.
É nosso propósito e expectativa proporcionar a todos os presentes uma experiência exploratória e imersiva para que as diversas vivências sensoriais de cada momento possam ecoar no mais íntimo e recôndito de cada participante.
Será pelos espaços da Cidade, que cada um será convidado a seguir um caminho pelos Cinco Sentidos, em cujo trilho terá oportunidade de ver, escutar, tatear, cheirar e degustar diversas experiências, a fechar os olhos e ver mais além, a sentir os aromas que despertam o olfato, a exalar lufadas de fraternidade.
E saborear cada momento, permitindo que todas as experiências propostas possam ecoar no coração e repercutir no outro, o eco que ressoa na Casa Comum que habitamos!
Queremos que subam e se adentrem pelas joias que são o castelo e a Domus Municipalis e que nas muralhas em forma de coração se realize um laço humano, como que, em fraternidade, a abraçar desde Bragança todas as Escolas de Portugal.
Ver-se-ão ali iluminados por uma fogueira onde deixarão as suas fragilidades, escutarão sonoridades de festa, tomarão o gosto de um ambiente singular e escutarão do coração as ressonâncias da alegria que brotarão deste Encontro.
Assim desperto o ouvido do coração, que ajudará a “compreender melhor aquilo que une sentidos e sentido” (José Tolentino Mendonça), e, percebendo que “os sentidos são o caminho sensível da alteridade” (Luciano Manicardi), pode ser que cada um possa dizer por palavras suas o que se ouve pela boca do poeta: “Escuto sem saber se estou ouvindo / O ressoar das planícies do vazio / Ou a consciência atenta / Que nos confins do universo / Me decifra e fita” (Sophia de Mello Breyner Andresen).
Que o coração não hesite: Entre quien seia /entre quem é! (Mirandês / Português)!
