A opinião de ...

Falta de respeito!

Como quer ser respeitado, quem não se dá ao respeito?
 
Os Presidentes de Câmara são-no porque foram eleitos e para o serem tiveram de se candidatar num ato voluntário e consciente com que se apresentaram perante os eleitores garantindo-lhes que assumiriam todos os compromissos que a mesma eleição implicava! Sem exceções! Sem excluir pois a representação na Assembleia Distrital a que ficaram imediatamente a pertencer. Onde, é verdade, se podem fazer representar, mas não na primeira, a da tomada de posse!
A representação nesta instituição dos Presidentes de Assembleia Municipal resulta de uma dupla candidatura: todos os titulares do cargo, no distrito, encabeçaram uma lista que foi sufragada em primeira instâcia pelos eleitores e igualmente lideraram uma outra que os Deputados Municipais entenderam ser a mais adequada para presidir a este órgão autárquico. É portanto acrescida a sua responsabilidade!
Maior ainda o é compromisso dos representantes das Juntas de Freguesia pois os que pertencem à Assembleia Distrital foram eleitos na respetiva Assembleia Municipal, propositadamente para o efeito!
 
Assim, é inaceitável que a Assembleia Distrital de Bragança (ADB) não se tenha instalado por falta de quorum!
 
O Presidente cessante da ADB teve o cuidado de indagar junto de todas as Câmaras brigantinas sobre as datas mais convenientes para a realização desta reunião instaladora, aproveitando para chamar à atenção para a importância do ato. Marcou-a para a data que mais convinha a maioria. E a maioria respondeu a esse ato de cortesia, faltando. Em claro desrespeito por tudo e por todos.
 
Desrespeito, em primeiro lugar, pelos eleitores que lhes confiaram o voto na convicção de que quem elegia iria assumir a totalidade dos compromisso inerentes.
Desrespeito pelo Presidente ainda em exercício da ADB que apesar de cessar funções tudo fez para que a instalação da nova Assembleia se concretizasse na data que lhe foi maioritariamente sugerida.
Desrespeito por todos os restantes eleitos que adiaram os seus outros deveres e compromissos e se apresentaram na expetativa que os seus pares igualmente o fariam!
 
É bom não esquecer que os Presidentes de Junta não o são, no nosso distrito, a tempo inteiro. Tiveram que largar outras tarefas profissionais para se deslocarem à sede do distrito. Igualmente e por razão acrescida, o mesmo se passa com os Presidentes de Assembleia que responderam à chamada. É assim que se afigura inaceitável a atitude dos Presidentes de Câmara, que o são a tempo inteiro e que foram, largamente, os mais faltosos neste ato público. Porque se uns podem, porque é que os outros não? Trabalho e preocupações não faltam, seguramente, aos presidentes de Câmara de Moncorvo, Carrazeda, Freixo e Bragança, e vieram. Que afazeres acrescem aos restantes, a saber de Vila Flor, Mogadouro, Miranda, Alfândega, Vimioso, Mirandela, Macedo e Vinhais que os impediram vir também?
 
Que não venham alegar, em sua defesa, que discordam da existência desta instância porque, sendo legal, não carece de aprovação adicional. E mesmo assim não é conhecida nenhuma referência discordante no programa eleitoral de cada um deles e com base no qual foram eleitos!
Acresce que esta irresponsabilidade dá agora razão a todos os que, estando presentes, suspeitem da utilidade de uma nova viagem a Bragança. Principalmente se a presença em Bragança implicar uma jornada superior a um milhar de quilómetros
 
 

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3459

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