A opinião de ...

Teoria da Conspiração

Teoricamente a Democracia, de uma forma ou de outra, de início ou após algumas iterações, levaria sempre ao poder os mais competentes, os mais honestos, os mais altruístas, os mais capazes, em suma, os melhores. Nem sempre é assim. Às vezes parece exatamente o contrário. E, contudo, teoricamente nada falta ao sistema democrático para que assim seja. Se não vejamos:
São colocadas à escolha dos eleitores várias opções e, destas todas, é escolhida, livremente, a que mais garantias dá de qualidade na prossecução dos interesses dos cidadãos. Se assim não for, passado o período do mandato, nova e melhor solução poderá ser preferida em deterimento desta. Estaria assim garantido que as piores escolhas ficariam logo pelo caminho e que, eleição após eleição, será encontrada a melhor de entre as melhores.
Mesmo quando o acerto é inicial, em teoria, este melhorará ao longo do tempo. Independentemente dos graus individuais de autoridade e responsabilidade, o poder é exercido por uma equipa, sendo certo que ao primeiro responsável interessará que esta seja a melhor possível. Por isso vai ter as ferramentas e utensílios necessários e suficientes para atrair os melhores em detrimento dos menos capazes. Passados vários ciclos eleitorais o poder estaria a ser exercido pelos mais capazes. Com estes, ascenderiam à máquina administrativa igualmente os mais competentes por nítido alinhamento e coincidência de interesses e objetivos. E contudo...
É certo que já vieram alguns justificar situações diversas ou mesmo antagónicas com a teoria das moedas. A “má moeda expulsaria a boa moeda”. Não só é uma explicação com recurso a um fenómeno “artificial” como ainda há quem justamente conteste pois, aparentemente, não era bem isso que Gresham pretendia justificar, mas antes algo bem diferente em que o mercado entesourava a boa moeda quando a má era (im)posta em circulação. Acho, com todas as limitações que assumidamente tenho, que o modelo a usar deveria ser mais natural e autónomo. Desde há muito que ando a tentar fazer um paralelismo entre fenómenos biológicos e o comportamento político dos eleitores. Nunca consegui arregimentar investigadores a quem expus a minha teoria, por falta de sustentação científica. Contudo recolhi simpatias e nenhum me disse claramente que tal seria um disparate. Fui incentivado a tratar este assunto referindo que algum trabalho terá sido feito, nesta área, sem contudo o identificarem em concreto.
Uma recente apresentação de Jonathan Howard a uma alta delegação do Abu Dhabi sobre a evolução inesperada e surpreendente de colónias de bactérias em laboratório veio, de novo, despertar-me o ensejo de tentar estabelecer paralelos nessa área.
A vantagem de conviver com reputados cientistas é poder ter acesso a fenómenos complexos e ter dos mesmos, a pedido, explicações simples ou com complexidade à medida. Não sendo cientista, permite-me ter uma opinião que não carece de justificação e prova, para além do que é a minha própria convicção. Estou convicto que existe um paralelismo entre determinados fenómenos políticos e o ciclo de vida de comunidades biológicas, laboratoriais ou outras.
Brevemente voltarei a este tema com alguns exemplos que possam, de alguma forma, suportar esta teoria.

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