Antigo presidente da concelhia do PSD de Vinhais desfiliou-se do partido ao fim de 38 anos de militância

O antigo presidente da Comissão Política do PSD de Vinhais, Carlos Costa, desfiliou-se do partido onde era militante há mais de 38 anos por discordar da forma como se faz a liderança política atualmente. “Hoje há a tendência para permitir tudo, em nome dos interesses políticos (e pessoais), normalizando-se e justificando o indesculpável, só porque ainda não foi alvo de uma condenação legal”, explica Carlos Costa na carta enviada ao PSD a que o Mensageiro teve acesso.
Presidente da concelhia do PSD de Vinhais durante dois mandatos, candidato pelo partido à Câmara e depois vereador, Carlos Costa sai descontente. Nos últimos anos tem sido o rosto a denunciar vários casos polémicas em Bragança e Vinhais, nomeadamente o obras da câmara brigantina, que estão a ser investigadas pela justiça, como a construção da nova residência de estudantes do Instituto Politécnico de Bragança (IPB), a circular interior e a ampliação da zona industrial das Cantarias. “O atual presidente da Distrital tudo tem feito para desestabilizar e criar confusões em várias Concelhias do Distrito, como acontece em Bragança e em Vinhais. Alguém que “salta” entre lugares, e depois de todas as gravíssimas suspeitas que recaem sobre a sua pessoa, já deveria ter apresentado a sua demissão enquanto aguarda o veredito da Justiça”, acrescenta na mesma nota escrita.
Militante do PSD desde os 18 anos deixa o partido desiludido com a política. “O atual PSD prefere nomear pessoas sem experiência, mas que deem garantias a quem os nomeia de que vão ser obedientes, não vão ter opinião própria, e que serão coniventes com as ilegalidades que os seus chefes / líderes cometam no desempenho de funções públicas, na perseguição pelo alcance dos seus objetivos pessoais”, explica.
“A partir daqui a minha relação com o partido passou a ser conflituosa, sobretudo quando quem está na direção do partido faz precisamente aquilo que criticava quando estava na oposição. Romper com esta relação de mais de 38 anos (com quotas sempre pagas por mim próprio) custa, como é óbvio, mas há uma linha vermelha que não podemos deixar
ultrapassar, sob pena de trairmos os nossos princípios”, acrescenta na mesma informação.