Bragança encerra campanha brilhante com derrota no dérbi frente ao Vila Real
O Grupo Desportivo de Bragança fechou este domingo a sua notável caminhada na Série A do Campeonato de Portugal com uma derrota caseira por 1-2 diante do Vila Real, no dérbi transmontano que marcou a 26.ª e última jornada da edição 2024/2025 do quarto escalão do futebol nacional.
Com os objetivos da manutenção assegurados por ambas as equipas, o encontro disputado no Estádio Municipal de Bragança assumiu contornos de festa e reencontros, com uma moldura humana significativa a aplaudir o percurso positivo dos dois emblemas.
Um dos momentos mais emotivos aconteceu ainda antes do apito inicial, com o ex-treinador do Bragança, Nuno Gonçalves, agora ao leme do Vila Real, a ser calorosamente saudado pelos adeptos e a trocar um abraço sentido com o seu sucessor, André Irulegui.
O arranque da partida prometia emoção, com o Bragança a colocar-se em vantagem logo aos 3 minutos, por intermédio de Kika, na conversão de uma grande penalidade a castigar falta de Fontes sobre Estanga. No entanto, o ímpeto inicial rapidamente se diluiu, dando lugar a um jogo amarrado, marcado por duelos físicos, faltas constantes e muitas interrupções, que travaram o ritmo da partida.
Na segunda parte, o Vila Real surgiu mais eficaz e restabeleceu a igualdade aos 48 minutos, também de penálti, com o capitão Prince Bonkat a converter com frieza. O mesmo jogador selaria a reviravolta aos 74 minutos, aproveitando um lance confuso na área brigantina para fixar o resultado.
Pouco depois, aos 77 minutos, o Bragança viu-se reduzido a dez unidades, com Gonçalo a ser expulso por acumulação de amarelos. Ainda assim, os locais não baixaram os braços e estiveram perto do empate, com Passas, de cabeça, aos 85’, e Trigo, já nos descontos, a ficarem muito perto do golo.
No final da partida, André Irulegui assumiu que "nunca é bom terminar com derrota, ainda para mais numa equipa competitiva como a nossa".
O técnico dos canarinhos apontou as alterações no onze e o consequente impacto nas dinâmicas coletivas como um dos fatores determinantes para o desfecho.
"Terminamos a época com um sentimento de orgulho, num lugar de destaque na tabela, que não fica em nada beliscado por este resultado", afirmou.
Questionado sobre o futuro, Irulegui revelou que "existem abordagens", mas que decisões só serão tomadas após o processo eleitoral no clube.
O capitão Fabien Capelo reforçou a satisfação pelo desempenho coletivo: “Foi uma época acima das expetativas, com o objetivo da manutenção atingido cedo. Chegámos a acreditar numa Fase de Subida, pois estivemos sempre entre os três primeiros. Neste jogo queríamos ganhar, que esse é o espírito do Bragança, mas a segunda parte não foi tão bem conseguida”.
Já Nuno Gonçalves não escondeu a emoção do regresso a Bragança. “Estarei sempre grato ao clube e aos adeptos. O Bragança marcou-me profundamente”, declarou, sublinhando a justiça da vitória do Vila Real. “Mostrámos mais frescura física. Foi um jogo intenso, e terminamos com os objetivos cumpridos nos dois clubes que representei. Agora é tempo de descansar e esperar pelo que o futuro trará.”
Com o apito final, encerra-se a temporada 2024/2025 da Série A do Campeonato de Portugal, com o Bragança a garantir um honroso terceiro lugar, com 44 pontos, e o Vila Real a fechar a época em oitavo, com 35. Vitória SC B (56 pontos) e Paredes (52) seguem para a Fase de Subida, enquanto Joane, Pevidém, Sandinenses, Dumiense e Arcos descem aos campeonatos distritais.
Fotos: Guilherme Moutinho
