D. Nuno Almeida e Orlando Rodrigues deixaram mensagem de esperança aos finalistas do IPB (C/ Fotos)

O bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, e o presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Orlando Rodrigues, deixaram uma mensagem de esperança aos mais de 850 finalistas que no sábado encheram a Catedral, em Bragança, para a bênção das pastas, no final do percurso académico, num espaço que foi pequeno para tanta gente pois também os familiares e amigos fizeram questão de marcar presença.

“Queridos jovens, vós sois a geração que pode juntar ao exercício da liberdade um grande sentido de responsabilidade. Tendes as ferramentas científicas e tecnológicas mais avançadas, mas, é preciso evitar a armadilha das visões parciais. Nunca esqueçais de que precisamos de uma “ecologia integral”; precisamos de ouvir o sofrimento do planeta ao lado do sofrimento dos pobres; precisamos de colocar o drama da desertificação ao lado do drama dos refugiados, a questão da migração ao lado da diminuição da natalidade; precisamos de tratar a dimensão material da vida dentro de uma dimensão espiritual. Não para criar polarizações, mas para criar visões globais”, começou por frisar D. Nuno Almeida, que recordou, anda, as palavras do Papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa, no verão passado: “Amigos, permitam-me que vos diga: procurai e arriscai. Neste momento histórico, os desafios são enormes, os gemidos são dolorosos - estamos a viver uma terceira guerra mundial aos pedaços -, mas abraçamos o risco de pensar que não estamos em agonia, mas em trabalho de parto; não estamos no fim, mas no início de um grande espetáculo. E é preciso coragem para pensar assim. Sejam, portanto, protagonistas de uma “nova coreografia” que coloca a pessoa humana no centro, sejam coreógrafos da dança da vida. (…) Tenham, portanto, a coragem de substituir os medos pelos sonhos””.

O prelado terminou, com uma mensagem de esperança: “Caros finalistas do IPB de vários lugares da lusofonia e do mundo, vós recolheis a chama das mãos dos mais velhos (vossos pais e família, professores e comunidade académica e social de Bragança) e vivereis na globalização, «na hora das mais gigantescas transformações» desta profunda mudança de época. Sede protagonistas de uma nova humanidade! Nunca esqueçais o encontro com Jesus Cristo, bênção e Luz que ilumina o vosso futuro!
Que a bênção de Deus, que vai derramar-se através do mistério da água, possa dessedentar a vossa sede de felicidade e de paz”, concluiu, na homilia.

Presidente do IPB “orgulhoso”

Já o presidente do IPB, Orlando Rodrigues, após uma cerimónia carregada de emotividade, sublinhou o “orgulho” sentido “em cada um” dos finalistas. “Sabemos que o percurso que escolherem é exigente e difícil, mas foi essa a vossa escolha!

Vós escolhestes qualificar-vos e abraçar profissões que sabeis serem exigentes e que continuarão a pedir de vós, no futuro, um esforço contínuo de qualificação e de exigência.

D. Nuno Almeida, o nosso Bispo, na sua tese de doutoramento, estudou o pensamento de Viktor Frankl, um conhecido neuropsiquiatra austríaco que sustentava que o ser humano, cada um de nós, será livre enquanto souber escolher a sua atitude em qualquer circunstância, escolher o próprio caminho.

Esta liberdade fundamental do ser humano, de saber fazer as suas escolhas, é tão importante nos nossos dias como foi noutros períodos históricos, ou noutros contextos, de privação da liberdade pela força. Hoje, algumas formas de alienação global, comportam também o risco de nos levar a deixar que outros escolham por nós.
Estamos seguros de que os valores IPB, que aqui viveram, vos ajudarão a prosseguir livres.

Ser IPB é conhecer o valor da amizade! Saberão, não duvidamos, na vossa vida profissional, como na academia, valorizar a amizade como um bem precioso.
E a amizade (o amor pelo outro) é também respeitar os outros, com as suas diferenças e as suas escolhas. Acreditamos que a amizade, que no IPB tanto apreciaram, será um valor que guardarão para a vida”, sublinhou Orlando Rodrigues.

Já o presidente da Associação Académica, André Cordeiro, brincou com a enchente da Catedral, que “começa a ser pequenina” para os estudantes.
Quanto à Semana Académica em si, André Cordeiro frisou que a adesão tem sido “bastante considerável”.

“Optámos por várias dinâmicas diferentes, com uma barraca mais sustentável, onde os núcleos fazem a reciclagem. Em parceria com a Resíduos e com a Câmara Municipal oferecemos um prémio a quem reciclar mais. Também introduzimos o copo reutilizável”, explicou.

O investimento ultrapassa os 300 mil euros mas o mesmo responsável esperava mais de dez mil pessoas a passarem pelo recinto da festa, no NERBA, que também já começa a ficar curto para as exigências. Por isso, revelou ao Mensageiro que está em estudo a mudança para um outro local, eventualmente com recurso à montagem de uma tenda gigante.

A própria missa de finalistas poderá também mudar de figurino e passar a ser campal.