Política - Entrevista a Bruno Veloso, candidato à presidência da Federação de Bragança do PS - Lista A

“Existe a profunda necessidade de alterar o espaço geracional no Partido Socialista”

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2022-11-03 12:01

Mensageiro de Bragança: Porque decidiu candidatar-se a estas eleições?

Bruno Veloso: A minha candidatura nasceu da vontade livre e responsável dos militantes face à demonstração da minha disponibilidade. Disponibilidade essa que surge por entender que existe a profunda necessidade de alterar o espaço geracional no Partido Socialista, promovendo a inclusão de todos os militantes, sem exceção, através de uma reorganização interna, capaz de criar condições de atração de novos e qualificados militantes que, comprometidos com os nossos valores, ajudem a fortalecer o PS junto das pessoas na defesa do nosso distrito.

Este é o tempo de o PS no distrito de Bragança voltar a fazer a diferença e reforçar a sua voz na defesa do território e dos cidadãos, defendendo o investimento público em áreas fundamentais como o ensino, a saúde e a justiça, sem esquecer ainda os compromissos já assumidos e reafirmados, no âmbito das infraestruturas rodoviárias.

O tempo é de mudança! E se os eleitores confiaram ao PS essa mudança, ao PS compete agir em consonância e assumir que os valores e os compromissos do PS têm de orientar essa mudança, também no distrito de Bragança!

 

MB.: Quais as três medidas primordiais que defende para este mandato?

BV.: Revitalizar a militância e abertura do PS à sociedade: Revitalizar a participação e o envolvimento dos militantes no processo de decisão e das posições políticas da Federação distrital, cativados por iniciativas e projetos mobilizadores. O debate político e a definição estratégica das decisões do Partido Socialista no distrito de Bragança não devem ficar restritos a alguns grupos de dirigentes e autarcas.

Os alicerces da sociedade democrática estão abalados com o descrédito crescente relativamente ao exercício da atividade política. Prometer e não cumprir. Evitar os temas decisivos e sobretudo evitar o encontro com as necessidades das pessoas. Razões que afastam muitos da participação cívica e política. 

Hoje, mais do que nunca, importa devolver os conceitos da ética republicana, da transparência e da responsabilidade à atividade política e partidária. 

Valorizar a marca da nossa gestão autárquica e apoiar com determinação a afirmação de alternativas locais onde o PS é oposição. A Federação do PS, no seu trabalho quotidiano, com os autarcas e com os dirigentes dos concelhios, terá que procurar desenvolver um Programa Autárquico de dimensão regional, capaz de fazer e marcar a diferença junto das pessoas e construir, com todos, militantes, simpatizantes e cidadãos por forma a que o PS volte a ser o Partido autárquico maioritário no nosso distrito. 

Ser intransigente na defesa dos valores e princípios do Partido Socialista, na defesa do Serviço Nacional de Saúde, da Escola Pública, da Justiça e da proteção social, procurando soluções sustentáveis para a salvaguarda dos interesses das pessoas do nosso distrito em matéria destes serviços públicos essenciais.

 

MB.: Quais os principais problemas que, na sua ótica, enfrenta o Nordeste Transmontano?

BV.: O distrito de Bragança, tem ao longo dos anos enfrentado uma perda populacional, proporcional ao envelhecimento da população residente que acentua o despovoamento, sendo consequente o empobrecimento da nossa região e o agravamento da coesão territorial e social. Urge por isso inverter esta trajetória e agir politicamente no sentido contrariar esta tendência. Este fenómeno de desertificação humana, deverá ser combatido com a criação de medidas de discriminação positivas para a fixação dos jovens, nomeadamente com ajudas aqueles que ao completarem a sua formação no Instituto Politécnico de Bragança poderão criar empresas ou criar o seu próprio posto de trabalho.

Junto do Governo, empenhar-me-ei para encontrar soluções para a criação de serviços e/ou deslocalização de serviços para a nossa região, a qual deverá ter fortes incentivos capazes de atrair o investimento privado e se criem condições para que aqui se possam radicar os mais jovens.

 

MB.: O que é preciso para o PS ter a maioria das câmaras do distrito?

BV.: Acima de tudo é necessário que o PS reforce a sua relação de confiança com os eleitores. Para que tal aconteça é necessário iniciar, desde já, um trabalho de proximidade, junto das pessoas, que tenha em vista a resolução dos problemas de todos os munícipes em cada um dos concelhos do distrito.

Importa ainda acrescentar que esta relação de confiança só será possível se o PS escolher entre os seus simpatizantes e militantes pessoas que pelo seu perfil e dedicação à causa pública a sociedade nelas se reveja. Nisso me empenharei para que em constante diálogo com as concelhias sejam encontradas as melhores soluções.

 

MB.: Em Bragança vai, forçosamente, haver mudança de presidente, por via da limitação de mandatos. Quem considera ser o melhor candidato para reconquistar a Câmara para o PS?

BV.: A minha candidatura a presidente de Federação, tem naturalmente, uma enorme expectativa face às próximas eleições autárquicas em Bragança e em todos os concelhos. 

São vários os fatores que concorrem para que possamos reconquistar a Câmara Municipal e também as Juntas de Freguesia, onde o PS arranca do zero.

Em articulação e no respeito pela autonomia da concelhia de Bragança e com o apoio da direção nacional, estou convicto, que saberemos escolher a solução ganhadora pela qual todos aspiramos. 

 

MB.: Que papel devem ter os jovens durante o seu mandato?

BV.: Considerando o momento em que os jovens sentem o apelo à participação cívica, enquadrados nas temáticas mais diversas, mas muito especificas, como sejam as questões ambientais e as preocupações com o futuro do planeta entre tantas outras causas. A verdade é que se assiste, ao afastamento dos jovens dos partidos políticos. Importa por isso que, no âmbito da nossa atuação, cientes da importância fundamental que os partidos políticos têm no seio da democracia, percebendo a desconfiança da sociedade em geral e dos jovens em particular, reformar o funcionamento do nosso partido por forma a criar espaços de interesse e de participação dos jovens na vida cívica do nosso distrito pela via do seu envolvimento partidário.

Ser militante de um partido, não pode, nem deve ser, aos olhos das pessoas e dos jovens em particular, um cadastro. Uma nova visão orgânica e funcional dos partidos políticos deve ser encarada, sob pena de perdermos uma geração de jovens qualificados para as nossas causas, no seio de uma sociedade democrática e de um partido de causas e ideais.

Importa por isso assumir com clareza, que os jovens devem também assumir um novo protagonismo nas estratégias e nas ações do PS e no reforço da sua militância. 

Os jovens devem ser estimulados a participar nas iniciativas no PS e, nesse sentido, a Juventude Socialista, no quadro da sua autonomia, deverá ser apoiada para promover grandes iniciativas públicas onde se discutam, analisem e encontrem soluções para os problemas que inquietam e mobilizam a juventude.

 

 

“Candidato à Câmara de Bragança? estou convicto, que saberemos escolher a solução ganhadora pela qual todos aspiramos. 

Bruno Veloso”

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