Mirandelense conquista Taça de Portugal de Basquetebol em Cadeira de Rodas pela APD Braga
Paulo Araújo ergueu, esta tarde, a Taça de Portugal de Basquetebol em cadeira de rodas (BCR), ao serviço da Associação Portuguesa de Deficientes (APD) de Braga depois da sua equipa ter vencido a final frente à APD de Sintra, por 58-44, no Pavilhão Municipal de Pinhal Novo, onde se disputou a final four, durante este fim-de-semana.
Ontem, nas meias-finais, a APD de Braga tinha assegurado a passagem à final frente ao Alcoitão.
“Sinto um orgulho enorme em conquistar o meu primeiro título por este clube e a minha primeira Taça de Portugal desde que jogo Basquetebol”, refere o mirandelense (natural de Contins) de 35 anos que, esta época ingressou no clube bracarense depois de 12 anos ao serviço da AD Paredes e que não conteve a emoção ao ser o escolhido pela equipa para levantar a Taça. “Não consegui conter as lágrimas no momento que levantei a taça, pois como prémio pelo esforço que faço para estar aqui, todos os jogadores e staff decidiram que seria eu a levantar a taça”, conta.
É uma nova etapa para Paulo Araújo que pratica basquetebol em cadeira de rodas, desde os 11 anos. Admite que só mesmo uma grande paixão pela modalidade é que o ajuda a superar o desgaste de uma década de constantes deslocações e conciliar com a profissão de operador de call center no Hospital Terra Quente, em Mirandela.
Paulo Araújo é paraplégico, nasceu com uma deficiência motora grave, resultante de uma doença congénita - espinha bífida – e já foi submetido a duas dezenas de intervenções cirúrgicas para tentar aumentar o seu grau de mobilidade. Atualmente tem 90 por cento de incapacidade.
Mas nem isso o desmotivou e sempre quis atingir várias metas. Este mirandelense admite que praticar desporto tem sido um fator de motivação para não esmorecer. “Não há barreiras para o desporto, vou sempre praticar, porque faz bem à minha parte física. Se estiver duas semanas sem treinar, para mim já é uma autêntica doença e já me custa mais a tirar a cadeira do carro e fazer as transferências”.
No fundo, Paulo quer ser um exemplo de motivação para quem tem problemas de mobilidade. “Para mim, desistir e nunca são duas palavras que não existem”, garante.