Produtores ansiosos pela Feira do Fumeiro no pavilhão municipal

Depois de dois anos com a Feira do Fumeiro de Vinhais a realizar-se no formato online, à conta da pandemia de covid-19, os produtores de enchidos do concelho estão ansiosos pelo regresso do certame ao modelo presencial no pavilhão municipal.

A 43ª edição da feira está marcada entre 9 a 12 de fevereiro e mais uma vez se esperam milhares de visitantes. “As vendas na plataforma online não foram más, mas não se comparam ao nosso volume de vendas na feira presencial, que eram excelentes”, explicou Maria Eduarda de Jesus, da cozinha regional José Alberto Jesus, em Rebordelo, que considera o certame o melhor local para venda. “Nós fazemos outras feiras no país e não se vende tão bem. O cliente vem aqui a Vinhais procurar o produto tradicional, que tem muita qualidade. Procuram tradição e qualidade”, acrescentou.

Por isso, a produtora não teme que a subida dos preços da chouriça de carne (de 30 para 35 euros) e do salpicão (de 40 para 45 euros) afete o negócio nos três dias da feira. “A subida é ligeira, mas como o cliente procura qualidade penso que comprará na mesma como antes da pandemia”, vaticinou. Na cozinha regional vendem fumeiro ao longo de vários meses e para a feira vão levar a quantidade de enchidos habitual, que resulta do abate de dois porcos.

“Este ano matamos 10 porcos para fumeiro, mas deixamos os dois maiores para produzir enchidos só para levar para vender na feira”, referiu Maria Eduarda, dando conta que estão a investir nas quantidades que produziam antes da pandemia. “O ano 2020, em que ainda se realizou a feira presencial, foi um ano bom. Estamos a preparar-nos para regressar a esse volume de vendas. As expetativas são de que vai correr bem”, observou Maria Eduarda de Jesus.

Também na cozinha regional Sabores D’Outrora, em Paçó, já se vive uma azáfama com os preparativos para a feira. “Temos grandes esperanças, porque nos últimos dois anos só houve feira online. Apesar de nós termos vendido muito bem, é diferente. A plataforma digital funcionou bem e permite vender durante mais dias do que a feira presencial que está concentrada em três dias”, referiu Ricardo Diegues, o proprietário, defendendo que as vendas online passem a ser possíveis ao longo do ano porque permitem chegar a mercados mais distantes e angariar novos clientes.

“Durante os dias da feira é mais interessante a venda em presença. O cliente vem e pode ver e fazer perguntas. Normalmente, os clientes são repetentes e já vieram várias vezes“, acrescentou.

O produtor da Sabores D’ Outrora vai levar cerca de 150 quilos de fumeiro para a feira, quantia semelhante à das edições antes da pandemia.

“Deixei quatro porcos para os enchidos para levar para a nossa feira [Vınhais]. Nós na feira só vendemos fumeiro e cuscos, mas a longo do ano vendemos outros produtos, como mel”, destacou.

O aumento do preço da chouriça de carne e do salpicão não assustará os compradores na ótica deste produtor. “O público-alvo é constituído por pessoas que vêm para comprar independentemente do valor do produto. Se calhar vão comprar menos variedade de enchidos e levam só dois ou três produtos”, calcula Ricardo.

Este ano estão previstos 70 produtores de fumeiro, mais 60 expositores no espaço Gourmet, 90 no artesanato e cerca de 200 feirantes na rua.