Editorial - António Gonçalves Rodrigues

A riqueza e a sua distribuição

Um estudo apresentado esta semana por Vítor Gaspar, o antigo Ministro das Finanças de Passos Coelho, concluiu que o Fisco português poderá estar a perder, anualmente, cerca de 500 milhões em IRC (imposto sobre lucros das empresas) - ou nove por cento da receita total anual deste imposto - por causa do "desvio" das bases de tributação de empresas multinacionais que, embora tenham atividade em Portugal, vão pagar impostos (mais baixos) a outros territórios mais vantajosos do ponto de vista tributário.


Os perigos de baixar a guarda

A última semana trouxe à tona um cenário para o qual já todos tínhamos sido alertados, o perigo de baixar a guarda no que às medidas de proteção contra a pandemia de covid-19 diz respeito.
O concelho de Bragança, o mais populoso do distrito, concentra, atualmente, o maior número de novos casos e de casos ativos no distrito de Bragança.
Com os limites de 120 casos por cem mil habitantes definidos pelo Governo e Direção Geral de Saúde como limiar para se continuar a desconfinar, o risco de um recuo é grande nesta altura.


Um distrito com esperança

Bragança é um distrito com esperança. E o setor primário tem muito a ver com isso.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística, que pode consultar nas páginas centrais desta edição, o número de Jovens agricultores a instalar-se no Nordeste Transmontano foi de 568 em dez anos (de 2009 a 2019). Pelo meio, vivemos os efeitos prolongados de uma grave crise financeira e do resgate da troika. Ainda assim, mais de meio milhar de jovens (a idade máxima para as candidaturas é de 40 anos) decidiu apostar na agricultura.


As bolhas, as higiénicas e as outras

Numa excelente reportagem da jornalista Glória Lopes, que pode ler nas páginas centrais, quatro famílias do Litoral radicaram-se temporariamente em quatro localidades do concelho de Bragança, "depois de terem sido selecionadas num total de 1879 candidaturas no concurso Liberdade para Recomeçar lançado pela Câmara Municipal de Bragança, que usou este meio para convidar pessoas de outras regiões e do estrangeiro a vir passar um mês ao concelho com tudo pago para experimentarem a vida no Interior".


A facilidade, afinal, não é tão fácil quanto parece

Na página anterior pôde ler, de forma mais aprofundada, as conclusões de um estudo realizado na Escola Superior de Administração, Comunicação e Turismo do Instituto Politécnico, em Mirandela, que dá conta da insatisfação da maioria dos alunos inquiridos com as 'facilidades' proporcionadas pela pandemia no que ao ensino diz respeito.
Conclusões que vêm consubstanciar aquilo que já se intuía, sobretudo pelos pais que tiveram os filhos, de quaisquer idades, em telescola.


Esperança para a região

Doze meses é muito tempo assim como 12 dias seria tempo a mais para se viver uma qualquer pandemia.
Mas, mais de um ano volvido e dois confinamentos gerais depois, o cansaço acumulado já é grande, sobretudo ao nível psicológico e anímico.
Por isso, na segunda-feira passada, quando se deu início a mais uma fase de desconfinamento, foi grande o corropio pelas ruas, com filas à porta de várias lojas.


Desconfinar não quer dizer desarmar

Depois de um período de certa acalmia no distrito de Bragança na sequência do confinamento decretado pelo Governo devido à pandemia do novo coronavírus, com o Nordeste Transmontano a ficar quase livre de casos ativos da doença (chegaram a ser dez na semana passada).
No entanto, esta semana trouxe um aumento exponencial do número de casos novos, associados ao crescente desconfinamento mas, também, à chegada à região de pessoas vindas de fora (de outros ponto do país e do estrangeiro).


O Papa, a Páscoa e a covid

A Páscoa é, para os Cristão, a celebração mais importante por assinalar a Ressurreição de Jesus Cristo.
Por tradição, o Papa faz a bênção Urbi et Orbi e o mundo escuta com atenção.
Pouco mais de um ano depois de o mundo ter acordado para uma nova realidade fruto do novo coronavírus, o Papa, uma das vozes mais sonantes no mundo atual, não deixou passar, como noutras ocasiões, a oportunidade para assinalar aquilo que considera serem injustiças e desequilíbrios na sociedade.


Uma questão de exemplo

Adriano Moreira, antigo governante e líder do CDS-PP, professor universitário e colaborador do Mensageiro de Bragança, dizia, em certa ocasião, perante uma plateia, que tinha alguma parcimónia em fazer eco da sua condição de transmontano. Não por não ter orgulho nas suas origens mas para não deixar envergonhados os que não tinham o privilégio de ser transmontanos como ele.
Adriano Moreira é um dos exemplos de pessoas que, saindo do Nordeste Transmontano rumo ao litoral, nunca esqueceram as suas origens, nunca as renegaram e tudo fizeram pela sua terra.


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