Cidade do Tua acolheu entrega de prémios da Bienal de pintura do Eixo Atlântico

O pintor brasileiro, Tito Senna, a residir no Porto recebeu o prémio no Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes, em Mirandela, que acolheu esta exposição itinerante composta por um conjunto de 30 obras finalistas, de um universo de 119 apresentadas a concurso.
A Bienal regressou este ano, após uma paragem forçada pela conjuntura nacional e internacional gerada pela pandemia. Tito Senna revela que a obra vencedora “Coração Resiliente” é também muito focada nos tempos que vivemos. “Fala um pouco dessa resiliência de resistir com inteligência a uma situação que atingiu a todos, com pessoas que perderam a vida, outras diretamente afetadas por familiares e houve momentos em que o coração apertou, horas em que ficou mais esperançoso e o trabalho fala um pouco dessa esperança de dias melhores, pelo que a ideia foi produzir um coração em cada período da pandemia. A arte é uma vacina para a alma e a produção deste trabalho foi como que a minha primeira dose”, adianta.
Foi a primeira vez que a entrega de prémios desta Bienal decorreu em Mirandela e o secretário-geral do Eixo Atlântico explica as razões da escolha. “Porque Mirandela é uma das nossas cidades símbolos do interior, uma das mais ativas, principalmente desde que chegou Júlia Rodrigues a presidente da câmara que está a fazer um trabalho extraordinário”.
Para além disso, Xoán Vázquez Mao entende que “Mirandela era uma cidade que não existia, ninguém conhecia, ninguém sabia que aqui se faz o melhor azeite de Portugal e do nosso território da euroregião, é uma cidade dos caminhos de Santiago, que aposta na cultura e no desporto. Digamos que Mirandela é a nossa filha pequena, foi para nós uma descoberta e é uma cidade em que vale a pena apostar e com quem vale a pena trabalhar e por isso fizemos questão de realizar esta entrega de prémios aqui”, conclui.
Para a presidente da câmara de Mirandela, esta escolha “é muito significativo para o incremento do intercâmbio cultural com a vizinha Espanha”. Para Júlia Rodrigues é este tipo de iniciativas que faz com que tenhamos alguns processos de aproximação com rotas turísticas, como por exemplo os caminhos de Santiago, que estamos a trabalhar com outros municípios portugueses e espanhóis, pelo que esta aproximação é fundamental porque podemos ter trabalho em comum”, conta.