IPB promoveu seminário sobre cibersegurança e inteligência artificial para antecipar o futuro
Estimular a cooperação entre países fronteiriços e mostrar nos territórios menos desenvolvidos aquilo que se vai fazendo em termos de legislação europeia foram dois dos objetivos do seminário sobre cibersegurança e inteligência artificial que trouxe, na passada sexta-feira, especialistas portugueses e espanhóis ao Instituto Politécnico de Bragança.
"Quando tive a oportunidade de escolher o local, lembrei-me do IPB porque é um dos institutos que está na vanguarda da investigação", frisou a eurodeputada socialista Maria Manuel Leitão Marques, uma das mentoras da iniciativa, juntamente com o espanhol Ivan Garcia del Blanco.
Tiago Pedrosa, especialista em cibersegurança e investigador no IPB, sublinhou que é necessário haver cooperação entre países para melhor aproveitar os recursos de cada um. "Se queremos competir com grandes potências, temos de considerar que a Europa é a potência e não andar cada um por si a tentar resolver os seus problemas, que são comuns.
Por isso, é muito importante este tipo de iniciativas porque, para além de já desenvolvermos este tipo de trabalho com um conjunto de entidades de âmbito nacional, local e internacional, temos aqui o poder político a dar mais um apoio a que isso seja feito.
Muitas vezes, as coisas são construídas por quem está no terreno mas, depois, requerem sempre uma força de quem está na decisão do investimento e flexibilizar um pouco as regras que permitam criar estes clusters de competências ao nível europeu e a Europa poder competir de igual", frisou.
O eurodeputado espanhol estimou, durante a sua intervenção, que há atualmente um défice de cerca de oito milhões de empregos na União Europeia na área do digital. Tiago Pedrosa acredita que mais de metade é na área da cibersegurança.
Neste momento, o IPB desenvolve "projetos de investigação conjuntos" com a Universidade de León (Espanha). "O último projeto que temos tem a ver com um 'blended intensive program', que permite que os alunos o frequentem de forma mista, online e presencialmente de forma intensiva.
Isto permitiu ao IPB desenhar um plano destes em cibersegurança, com dois parceiros, a Universidade de Leon e a Cumenius de Bratislava. Temos alunos da Alemanha, da Letónia a fazer projetos, e podemos juntar-nos todos numa semana intensiva aqui em Bragança para fazermos os últimos desafios que terão ao nível de segurança. Isso vai permitir aos nossos alunos contactar com outras realidades, serem confrontados com outros problemas e potenciar a aproximação das instituições para projetos de maior envergadura", explicou.
