A opinião de ...

Bem vindo, D. Nuno

Depois de ano e meia de espera, a diocese de Bragança-Miranda recebe, este domingo, o seu 45.º pastor, o bispo D. Nuno Almeida.
O novo prelado chega já com quase oito anos de experiência e calejado dos problemas que afetam as dioceses do interior do país, ou não fosse originário de uma delas, Viseu.
Antes da chegada oficial à diocese de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida esteve à conversa com o Mensageiro de Bragança, jornal oficial desta diocese há 83 anos, ininterruptamente.
Numa conversa franca e aberta, o novo bispo recorda os seus tempos de juventude e a importância da família na formação de valores e estruturação de um caminho com Cristo.
Confessando ter sido apanhado de surpresa com o convite para pastorear esta diocese, D. Nuno Almeida recorda os quase 35 anos de serviço pastoral, no “interior do interior”.
“Uma parte significativa desta experiência foi precisamente no interior e no interior do interior, porque comecei pela zona de Vale de Cambra, na periferia da diocese de Viseu, e quando fui para Braga estava em Fornos de Algodres, no distrito da Guarda e diocese de Viseu. Aí sim uma zona onde se sentia a partida de tanta gente para terras de emigração”, recordou ao Mensageiro.
Uma experiência que lhe permite perceber melhor os lamentos de um povo do interior profundo, tantas vezes esquecido na hora das decisões que interessam.
Mas um interior que continua habitado por um rebanho de Deus, que todos os dias vive e sobrevive.
Um rebanho que tem, agora, novamente, um pastor em quem se apoiar, a quem pedir conselho e caminho.
Bem vindo, D. Nuno!

Entretanto, os nossos governantes lá vão guiando o barco potuguês pelo meio de tempestades e tormentas, como a da escolha de um local para o novo aeroporto de Lisboa.
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, tantas vezes no olho do furacão, pareceu já descartar a escolha de Santarém sem que a comissão a quem cabe estudar essa matéria se tenha pronunciado.
E isto faz pensar na forma como tantas vezes se decide neste país, de forma interesseira e tão pouco transparente.
Assim à semelhança do processo do plano ferroviário nacional, que aponta para a ligação com Espanha através das beiras em vez de por Trás-os-Montes.
Isto apesar de os estudos, sérios e sem serem encomendados a mão amiga que ajuda a decidir em função de interesses tantas vezes obscuros, demonstrarem que, por aqui, uma linha de alta velocidade requer menos investimento (sobretudo do lado espanhol, o que ajudaria a convencer nuestros hermanos), serve mais população e, sobretudo, potenciar muito mais a criação de riqueza para o país (ou não fosse o grosso do tecido económico estabelecido a norte do Douro.
Afinal, que razão leva o Governo a posturas tão autistas na hora de tomar decisões de milhões?

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