A opinião de ...

Xenofobia - Xenofilia - Xenobiose, uma mistura perigosa, potencialmente explosiva

Aos menos versados nestas coisas da etimologia das palavras, para terem uma visão mais abrangente destes fenómenos, antes de prosseguirem na sua leitura deste texto, aconselhava que consultassem um bom dicionário etimológico da língua portuguesa, dos muitos e bons que ainda se conseguem encontrar numa das poucas, mas boas, livrarias que, felizmente, vão resistido à tentação de venderem a sua alma e a sua identidade às chusmas de agiotas e de investidores parasitas que infestam a nossa sociedade, sempre à caça do lucro fácil.
Dentre os muitos, graves e importantes problemas com que o nosso país, cronicamente, se debate, merecedores, todos eles, duma especial e cuidada atenção, antes que a situação se torne incontrolável, às autoridades e responsáveis pelos destinos do país, exige-se que não continuem a passar ao lado do grave problema das migrações, não se limitando a assobiar para o lado como se nada se passasse e nada fosse com eles, e tenham sempre presente que:
-Há coisas que exigem travão a fundo e realidades que é crime ignorar;
-Portugal tem de se capacitar que é um país pequeno e consciencializar-se das suas possibilidades, das suas capacidades e suas limitações;
-Da mesma forma que não pode fechar-se numa concha, também não pode permitir que façam dele uma espécie de plataforma giratória, sempre disponível para quantos pretendem utilizá-lo só para entrar na Europa e como trampolim para dar o salto para outros destinos;
-Não pode receber mais migrantes do que aqueles que precisa, de acordo com a capacidade de integração e a possibilidade de oferecer a todos condições duma vida digna, com total respeito pelos direitos humanos de todos os cidadãos;
-Os trabalhadores migrantes não podem ser vistos como simples geradores de receitas para locupletar os cofres da segurança social e, em pleno século vinte, menos ainda poderão ser aceites como se da reencarnação dos lendários “povoadores” de antanho se tratasse, de que foi exemplo o célebre abade de Trancoso, aos quais, se aceitassem ser deportados para onde fosse necessário incrementar o povoamento intensivo dessas terras, eram perdoados todos os seus crimes;
-Aceitar que todo o país se transforme numa espécie de Vilas Nova de Fontes à escala nacional, na qual, para incrementar a agricultura intensiva e a baixo custo, se permita a entrada de milhares de trabalhadores, acabando todos por serem duplamente explorados, primeiro pelos gangues internacionais de vampiros e sanguessugas, sem moral nem piedade, e depois pelos empregadores que os aceitam e contratam, para lhes pagar salários de miséria, reduzindo-os, não raro, a uma vida de escravidão inaceitável nos tempos que correm.
Portugal nunca foi só isto e, para evitar que se transforme num país do quarto ou quinto mundo, é essencial evitar que o venha a ser.

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