Henrique Ferreira

Professor

De um programa sem guião a um guião sem programa

O XIX Governo Constitucional da III República Portuguesa (em funções desde 5/6/2011) parece enguiçado pelas crises internas e externas, pela Troika, pela impreparação dos seus membros e, sobretudo, pelo ilusionismo de Paulo Portas. Paulo Portas não faria tão mal ao país como ilusionista, mago ou contador de histórias. Talvez deixasse alguém governar, coisa que ele parece não querer fazer.


A cidadania contra a doutorice

A conversa recente com um amigo, extremamente competente na sua área de trabalho (competente porque reconhecido pelos seus pares e pelo mundo profissional e não pelo diploma), curiosamente não licenciado e muito menos licenciado como Miguel Relvas nem ainda licenciado como essa coisa que se designa pós-Bolonha, trouxe-me à mente a questão da procura social dos títulos académicos, muito mais do que a procura social das licenciaturas a sério.


Ditos de campanha: da chantagem à brincadeira

A ética e a cidadania foram muitas vezes maltratadas na campanha para as últimas eleições autárquicas no que ao Concelho de Bragança diz respeito. Os candidatos nem sempre esclareceram os eleitores e nem sempre apresentaram só os seus programas de ação. Muitas vezes, ultrapassaram limites que insultam a cidadania e põem em causa a civilidade e a sã convivência entre cidadãos. Também houve expressões de alguma hilariedade. Aqui ficam algumas.


Autárquicas Bragança: incerteza na continuidade

O PSD ganhou as eleições autárquicas para a Câmara Municipal, quadriénio 2013-2017, com maioria absoluta de vereadores, por efeito do método de Victor d`Hondt, elegendo o Presidente da Câmara Municipal e três vereadores, atingindo 47,25% dos votos.
O PS manteve os resultados de 2009, de nada valendo a presumida mais-valia de Júlio Meirinhos e não passou de dois vereadores e de 26,02%.
O Movimento Sempre Presente manteve os 16,54% de há quatro anos, o que, comparativamente ao contexto de 2009, pode valer entre 20% e 25%.


Presidente, menos mal!

A análise das três semanas de crise política criada pela demissão de Vítor Gaspar (20 de Junho) e de Paulo Portas (3 de Julho) e pela idealista intervenção do Presidente da República, em 10 de Julho, conduz-nos às alternativas de Poder, necessárias ao funcionamento da democracia.
O que o Presidente da República propôs, em 10 de Julho, seria um pântano ainda maior do que aquele em que estávamos e voltámos a estar, desde 21 de Julho, em que o Presidente reconduziu a Coligação PSD/CDS, agora recauchutada em poderes imensos e perigosos para o CDS.


Uma sondagem com fato demasiado largo

Na última semana, alguma comunicação social escrita publicou uma presumível sondagem segundo a qual, se as eleições se realizassem naquele momento, o PS ganharia as eleições autárquicas no Concelho de Bragança, com 41% de votos. Para um candidato que, há três meses, reunia o sentido de voto de apenas 13% dos votos, a esmola era muito grande. E, «quando a esmola é grande, o santo desconfia».


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