Bispo alerta contra “consumismo desenfreado” na missa do Jubileu dos catequistas

O bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida, alertou, no sábado, para o “consumismo desenfreado” a propósito da parábola do pobre Lázaro, durante a homilia da eucaristia do Jubileu dos Catequistas, que se assinalou na Catedral, em Bragança.
“A parábola que escutámos é uma descrição muito atual e factual do fosso insuperável, do abismo infranqueável, entre ricos e pobres. E denuncia também o consumismo desenfreado de um rico anónimo que permanecia cego, surdo, mudo e indiferente ao pobre Lázaro, que jazia à sua porta, coberto de chagas, sem direito sequer às migalhas que caíam da sua mesa. Este homem cavou a sua própria sepultura e quando esperava sair do inferno, que ele próprio criou, deu-se conta que era tarde de mais”, disse o bispo D. Nuno Almeida.
O prelado notou que “há uma distância insuportável entre o rico e Lázaro”. “O rico não é condenado por ser rico ou por fazer mal ao pobre Lázaro. Simplesmente não o vê. Não lhe liga nenhuma. Não se dá conta, nem quer aperceber-se de alguém que lhe morre à porta de casa. A terrível indiferença do coração anestesiado é o abismo intransponível que os separa. O pecado do rico é o de não ter visto, não ter escutado o clamor, de não ter sentido a dor daquele pobre”, frisou.
O bispo diocesano deixou ainda um alerta dirigido aos catequistas: “A/o catequista pode ser criativa/o em relação às estratégias usadas na Catequese, a um estilo que seja agradável e dinâmico. No entanto, ao mesmo tempo, no que se refere ao tema, aos objetivos, à Palavra proposta e à sua reflexão doutrinal, o catequista está chamado a uma clara fidelidade a Deus, sendo fiel à Igreja. Não tem de inventar, antes fazer sua a proposta da Igreja.