Vila Flor

Câmara homenageia combatentes do concelho que participaram na Grande Guerra para que a memória não se apague

Publicado por AGR em Qui, 2022-11-24 10:30

A Câmara de Vila Flor homenageou, no passado domingo, os 244 militares do concelho que estiveram presentes na I Guerra Mundial (1914-1918), com a inauguração de um monumento e a publicação de um livro, numa cerimónia que contou com a presença de altas patentes do Exército Português.

“Hoje tem a ver com a atualidade. Lembrar a Grande Guerra não é só expressarmos a nossa gratidão e saudade aos 244 heróis de Vila Flor que defenderam os nossos valores àquela época e é atual porque hoje em dia temos uma guerra na Europa. Já entra pelas nossas casas dentro quase sem pedir licença e já se torna quase corriqueiro falarmos de uma guerra na Europa, o que era impensável”, explicou o presidente da Câmara de Vila Flor, Pedro Lima.

“Chamar aqui altas patentes do Exército, agradecer-lhes, é de todo atual, nomeadamente numa época em que temos, como Nação, de dignificar aqueles que defendem a paz em Portugal. Deus nos livre de uma guerra. É para isso que está aqui uma memória, um obelisco para que, sempre que alguém passe por aqui, se lembre que houve uma guerra, aquela que iria acabar com todas as guerras. Isso não aconteceu e, hoje, em 2022, estamos às portas de um conflito armado à escala global. É uma posição de apoio aos nossos militares que defendem a nossa paz”, frisou o autarca de Vila Flor.

Para além do monumento, foi apresentado o livro “Vila Flor na Grande Guerra”, da autoria de Gracinda Peixoto, Alexandre Carvalho e Lília Teixeira.

“Este livro é uma homenagem aos 244 militares do concelho de Vila Flor que participaram na I Guerra Mundial em defesa do seu país.

Houve 29 mortes, uma delas em França, em La Lys. As restantes foram em Moçambique, não por questões militares mas por questões de saúde.

Este livro nasceu a propósito do centenário da Grande Guerra mas, depois, o anterior executivo decidiu não o publicar. Felizmente foi agora editado, com grande dignidade. Concretizei o sonho de não deixar morrer a memória destes homens, que sofreram tanto. A I Guerra Mundial foi terrível. O próprio país passou muito mal”, frisou a autora, professora de História, que contou com o apoio do Exército na investigação.

No concelho, a I Guerra teve “um forte impacto”. “Principalmente ao nível das consequências, como a fome. Na altura, o Município e o centro de saúde tanto fizeram para que o povo não passasse fome”, sublinhou a investigadora, que está já a preparar um livro sobre os bombeiros do concelho.

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