Futebol

Projeto da Federação Portuguesa de Futebol incentiva à prática de atividade física

Publicado por Fernando Pires em Qui, 2024-06-27 10:33

Cerca de 1900 crianças que frequentam 21 escolas do primeiro ciclo nos 12 Municípios do distrito de Bragança estão incluídas no Projeto “A hora dos Super Quinas” da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que está no terreno, desde outubro de 2023, em parceria com a Associação de futebol de Bragança (AFB).

O objetivo é desenvolver as competências motoras das crianças, através de uma oferta de actividade física e desportiva nas atividades de enriquecimento curricular, bem como, a sensibilização para temas chave como a nutrição e o sono.

No concelho de Mirandela, são duas as escolas do primeiro ciclo abrangidas pelo projeto: uma na vila de Torre de Dona Chama e outra na aldeia de Pereira. Foi nesta última que fomos perceber o que é afinal “A Hora dos Super Quinas”.

É assim, desde outubro, às segundas-feiras à tarde. Os cerca de 25 alunos que frequentam a escola do primeiro ciclo de Pereira, no concelho de Mirandela, acompanhados dos dois professores das atividades de enriquecimento curricular, deixam os livros de lado durante cerca de uma hora, e com bolas multiatividade, bolas de ténis, arcos, cordas, coletes e cones, cedidas pela Federação Portuguesa de Futebol, desenvolvem brincadeiras e muita atividade física.

Trata-se do projeto “A hora dos Super Quinas”, que surgiu na sequência de um outro projeto-piloto, denominado de “Bola Mágica”, que envolveu mais de 1300 crianças e que vieram provar a necessidade e urgência de aumentar a atividade física nas escolas do país. “Não é um projeto de futebol, é um projeto de atividade física, que trabalha equilíbrios, deslocamentos, tudo aquilo que contribui para a evolução motora das crianças. Tanto que o kit, ou seja, o saco de equipamentos desportivos que é oferecido às escolas, não tem bolas de futebol, tem bolas multiatividades, tem arcos, tem raquetes, tem sinalizadores, tem cordas, uma série de outros equipamentos para a atividade física que não tem nada a ver com futebol”, explica Susana Madureira, da AFB, parceira neste projeto.

“Está a ser um sucesso, de tal forma que se iniciou apenas com seis municípios aderentes, mas desde março já está a ser dinamizado nos 12 municípios do distrito e tal como diz o professor Carlos Neto, o mentor do projeto, primeiro brinca-se, depois pratica-se desporto, depois é que se vai competir. E temos conseguido isso, foi fácil de encaixar, porque os professores e os municípios ficaram rendidos ao projeto”, acrescenta.

No concelho de Mirandela, a opção da autarquia foi descentralizar o projeto por duas escolas fora da cidade. “Tínhamos várias escolas, mas decidimos que seria ótimo levar este tipo de atividade diferenciada para o meio rural. Daí a escolha quer da escola da nossa vila, Torre Dona Chama, quer também a escola de Pereira. Parece-nos que foi uma aposta certa, porque realmente os nossos professores que fizeram a formação promovida pela Federação Portuguesa de Futebol trabalharam muito esta questão da motricidade, da educação física, com um plano e um projeto perfeitamente delineado e que surtiu bastante efeito nestas escolas”, afirma Vera Preto, vereadora responsável pelos pelouros da educação e do desporto.

Os dois professores nesta escola de Pereira, tecem rasgados elogios ao projeto e entendem que provoca nas crianças uma motivação extra. “É completamente diferente, tendo este tipo de material, a lecionação torna-se muito melhorada e é muito mais fácil ter ideias para jogos, conseguir inventar jogos, e os próprios miúdos adoram as aulas com esta diversidade de material e estão muito mais cativados e eles têm gosto em aprender”, revela João Vaz.

“É um fundamento para complementar a atividade física desportiva com estas crianças que muitas vezes não têm material, como uma bola, um arco, ou uma simples corda. E neste momento, aqui nesta escola de Pereira, tem-se feito tudo. Foi logo uma motivação enorme para eles, porque não estavam habituados a ver”, explica Ricardo Gomes.

E as crianças não escondem a sua felicidade com o que acontece todas as segundas à tarde. “Quando começamos corremos a voltar ao campo, depois jogamos jogos, saltamos à corda. É muito fixe”, diz o Gonçalo. “São atividades muito divertidas e entretemo-nos nos recreios e faz bem à nossa saúde e ao nosso coração”, adianta Álica.

“Fazemos estafetas, corridas, saltamos à corda de vez em quando, usamos os arcos no chão para pularmos em cima de cada um. Às vezes jogamos à apanhada, corremos à volta do campo e fazemos muitas coisas, muitas mesmo”, diz Mariana.

E o projeto está garantido novamente para o próximo ano letivo com o concelho de Mirandela a ter mais duas escolas aderentes, No entanto, a vereadora, Vera Preto, ainda não revela quais são.

Assinaturas MDB