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1 - Agosto em Trás-os-Montes, um mundo diferente à tua espera

Da mesma forma que, para ser transmontano, mais importante do que nascer em Trás-os-Montes, é amar e viver Trás-os-Montes, também, para compreender, ajudar, respeitar e viver o dia a dia das suas gentes e disfrutar de todo o encanto e magia da natureza quase intacta, das terras do nordeste transmontano, que alguém, com rara e feliz oportunidade, apelidou como o “Reino Maravilhoso e Encantador”, está na hora de meter pés ao caminho para, sem pressa, sem estresse e sem as confusões dos grandes centros, aproveitar o bulício e o encanto das festas tradicionais do mês de Agosto para gozar alguns dias de descanso e de sossego naquelas terras e com aquelas gentes.
Não sendo fácil destacar qualquer das muitas alternativas disponíveis, atendendo à época de verão, para começar da melhor maneira um primeiro périplo por Trás-os-Montes, aconselharia começar por Miranda do Douro, deixando para novas oportunidades a visita aos concelhos de Vimioso e Mogadouro, bem como as terras de Bragança, de Macedo, Mirandela, Moncorvo, Carrazeda, Vila Flor e Vinhais, regiões com seus encantos próprios, a sua história, a sua cultura, as suas belezas naturais e, muito especialmente, a simpatia cativante dum povo que prima em receber bem quem o visita, onde ainda se manda entrar quem bate à porta sem perguntar quem é.
IR A MIRANDA, JÁ NÃO SÓ “PARA VER OS PAULITIROS”
Aproveitando as festas da cidade, em honra de Santa Bárbara, a decorrer nesta semana, começamos por visitar a maravilhosa cidade de Miranda, o coração do planalto mirandês, que integra os concelhos de Mogadouro e de Vimioso, uma região de belezas e caraterísticas únicas do nordeste transmontano, um desafio irresistível para todos os verdadeiros admiradores do que tem de melhor e mais genuíno a natureza e a história milenar da cultura portuguesa.
Como em já muito poucos outros sítios de Portugal, Miranda é a simbiose perfeita da história com a cultura, a arte, a tradição e as belezas naturais, tudo complementado e extremamente valorizado por uma gastronomia de altíssima qualidade, capaz de satisfazer os paladares mais exigentes, onde pontificam a verdadeira posta de vitela à mirandesa, os queijos artesanais de leite de cabra ou de ovelha, o fumeiro tradicional, confecionado por métodos ancestrais preservados cuidadosamente até aos nosso dias, o cordeiro assado, a bola doce e tantas outras iguarias impossíveis de elencar num trabalho como este.
Como se tudo isto não fossem motivos suficientes para fugir do estresse e da confusão das grandes cidades, esquecer a banalidade e a vulgaridade dum turismo massificado até aos limites do inaceitável, cuja única preocupação é a faturação dos milhões obtidos com a venda do sol e de uma variedade de produtos de qualidade muito duvidosa, do tipo da alimentação dos “balcões de inox”, até aos passeios e circuitos sem o mínimo interesse, nada que se possa comparar com o sossego e a paz de espírito proporcionados por alguns dias de descanso, vividos na paz e no remanso das terras do Planalto Mirandês. Mas Miranda não é apenas isto. (Continua)

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