A opinião de ...

Digam à gente, por favor, para onde levam o meu país!

Por mais que se tente ignorar e “fazer de conta” que está tudo bem e não se passa nada, a série intolerável de asneiras, calinadas e disparates, (e isto para poupar nas palavras e não lhes chamar mais nada), a que assistimos a toda a hora, está a atingir níveis mais que suficientes para que todos nos arroguemos o direito e a obrigação de, antes que seja demasiado tarde, pedir e exigir a todos, mas mesmo a todos, os (i) responsáveis que têm nas suas mãos a condução do nosso destino enquanto povo que, com toda a verdade e transparência, nos digam claramente como está e para onde querem que vá este país.
É perfeitamente compreensível que isso não seja nada cómodo nem fácil faze-lo mas, por tudo o que está em causa, é urgente fazer tudo para evitar, a qualquer preço, que o país se afunde no lodo dum qualquer pântano, criado pela chuvas do inverno.
Como é sabido, nos últimos dias, e pelas piores razões, as forças armadas saltaram, mais uma vez, para as primeiras páginas da imprensa e as parangonas da abertura dos telejornais.
Pela estrema gravidade desta situação, é urgente e indispensável que sobre ela se faça uma reflecção ponderada, séria e honesta sobre as suas causas, explicando o que houver para explicar, cortando onde houver que cortar, corrigindo tudo o que houver para corrigir. Só assim, no interesse delas e do país, poderão as forças armadas recuperar o prestígio de que sempre disfrutaram.
E isto porque já é impossível esconder por mais tempo todos os escândalos que ultimamente têm vindo a lume, cada qual o mais grave, ainda que isso, como parece acontecer, possa interessar a muita gente, é reprovável que se faça de conta que está tudo bem e se faça passar para opinião pública a ideia errada de que são meros “equívocos”, crimes graves, reprováveis e altamente lesivos dos interesses do estado como:
- As vergonhosas negociatas descobertas na cadeia de abastecimentos das messes da Força Aérea que envolveram um número considerável de intervenientes, tanto civis como militares;
- O criminoso o assalto aos paióis de Tancos, cujo processo foi conduzido como um romance de cordel, com um desfecho final digno de figurar no melhor anedotário nacional;
- O gigantesco fiasco da tentativa, nunca explicada ao país, de mexer nos comandos da marinha;
- A confirmar-se, e ao contrário da opinião difícil de compreender, (ou talvez não!) do Senhor Presidente da República, é gravíssima e de consequências difíceis de calcular, a notícia do envolvimento de elementos das forças armadas destacados na República Centro Africana em atividades criminosas de redes de contrabando de ouro e pedras preciosas, trafico de estupefacientes, fuga ao fisco e lavagem de dinheiro e, quer se goste ou não se goste, ao contrário o que ele diz, é impossível fazer crer ao país que nem foi beliscado o prestígio das nossas forças armadas.
Senhor Presidente, o senhor sabe bem que deve haver limites para tudo.

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3859

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