Vimioso: É mais um. “Sem dar cavaco”, fechou o balcão do BCP…
Foi exatamente assim, “sem dar cavaco às tropas”, que um cliente do Banco Comercial Português desde o primeiro dia em que abrira o balcão de Vimioso, me deu a notícia de que este banco acabara de fechar a agência que tinha naquela vila, da qual era um cliente muito antigo.
Mal refeito da surpresa e não conseguindo disfarçar a tristeza e a mágoa pela desconsideração e pela maneira injusta e discriminatória como, segundo ele, a generalidade das pessoas da província, como se de gente de classe inferior se tratasse, continuam a ser atendias, de resto um fenómeno cada vez mais frequente a todos os níveis, mas com especial incidência na atividade bancária e nos serviços da administração pública, onde os serviços que são prestados, sem qualquer razão objetiva que o justifique, para além de, a cada dia que passa, serem cada vez mais caros, em contrapartida, são também cada vez menos e de pior qualidade.
Porque nuns e noutros as queixas são tantas e tais, é caso para dizer que “entre uns e outros, venha o diabo e escolha”.
Não obstante a evidente e inegável falta de qualidade da generalidade dos serviços públicos, atendendo ao impacto produzido junto da opinião pública pelas recentes notícias sobre a atividade bancária no passado recente, o mínimo que seria de esperar, era que alguém responsável e sem medo, para não ser apelidado de conivente, já tivesse vindo a público e, com palavras simples e diretas, analisando os lucros escandalosos e imorais com que se vangloriam, dizer aos potenciais candidatos a novos donos disto tudo, MEUS SENHORES, ASSIM NÃO ACABOU!
Assim não, porque os clientes não podem ser espremidos com custos e comissões exageradas ao belo prazer de cada um, numa competição desenfreada para ver quem saca mais.
Assim não, porque quem deposita o seu dinheiro, têm tanto direito a uma remuneração justa, como quem recorre ao crédito a não ser explorado com taxas insuportáveis sobre o capital que lhe é emprestado.
Assim não, porque não vale tudo para atingir lucros aos milhares de milhões, como aqueles de que se vangloriaram os gestores dos maiores bancos nacionais, incluído a Caixa Geral de Depósitos enquanto banco público, bastando para tal reduzir os custos fechando balcões, remunerar miseravelmente os depósitos, aumentar os proveitos onerando o crédito com taxas absurdas, despedir trabalhadores aos milhares, não pagar horas extraordinárias, fazer tábua rasa dos direitos mais básicos de quem trabalha e, se isto não for suficiente, entrar por toda a gama de negócios onde cheire a lucro fácil e continuar a vender o património imobilizado que lhes caiu nas mãos sem que nada tivessem feito para isso.