A opinião de ...

A Educação começa em casa

A Educação não transforma o mundo. A Educação muda as pessoas e as pessoas transformam o mundo, recorda-nos Paulo Freire.
Neste sentido, a Educação é a chave para um mundo melhor pela qual se assume que cada pessoa pode ser agente construtor de mudança, principalmente de alguns tristes paradigmas atuais (fome, guerra, discriminação, indiferença, ausência de valores, etc), sendo que, para tal, é necessário querer e crer na Educação, para todos, não só no acesso, mas também no seu sucesso.
Uma Educação global e integral, que ultrapasse o ler, o escrever e o contar, que ajude a dar respostas aos desafios e problemas do mundo hodierno, em forte enquadramento digital e tecnológico.
A propósito, a poucos dias do começo de um novo ano letivo, tornou-se viral uma mensagem nas redes sociais (facebook e whatsapp), não só entre os pais, mas curiosamente também entre professores (que se compreende no sentido da complementaridade responsável) designada de “a Educação começa em casa” com o fim de ensinar os alunos mais jovens de como devem comportar-se com os restantes colegas da Escola.
A ideia principal de que nela se quer evidenciar, como que num convite aos pais, é que estes se sentem com os seus filhos 5 minutos e lhes expliquem que todos os alunos são iguais e não existem nem se devem criar diferenças entre eles nem pelo seu aspeto físico, nem pelas condições socioeconómicas nem por quaisquer outras razões.
Entre outras podem destacar-se frases como “explica ao teu filho que não é motivo de escárnio ser muito alto, baixo, gordo, magro, preto ou branco. Que não tem nada de mal levar os mesmos sapatos ou ténis todos os dias. Explica-lhe que uma mochila usada ou rota carrega os mesmos sonhos que uma com rodas ou de alguma figura famosa. Ensina-lhe que não exclua a ninguém por ser diferente ou não ter as mesmas possibilidades que outros. Explica-lhe que o gozo faz doer e que na Escola se vai para aprender e não para competir, criticar ou humilhar. Explica-lhes que eles e os seus colegas tem o mesmo valor”.
Na verdade, o objetivo não é outro que deixar claro que para educar e formar boas pessoas não são só necessários bons professores, uma organização escolar bem estruturada e com visão, assente na inovação e no desenvolvimento de trabalho colaborativo e de metodologias ativas de ensino-aprendizagem, mas também que em casa se devem aprender boas atitudes e modelar comportamentos para gerar um bom ambiente de aprendizagem, o desenvolvimento de competências e se evitem problemas como o bullying, etc.
As portas das Escolas estão já prontas a abrir, muitos pais e alunos já se encontram na azáfama da preparação das mochilas, dos livros, da aquisição do restante material... contudo, muito para além do material, que não se descure a promoção de uma educação inclusiva e equitativa de qualidade, a começar também em casa.

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