A opinião de ...

O Aeródromo de Vila Real e os ciclos da sua funcionalidade

No início dos anos 80, sendo presidente da Câmara de Vila Real, Dr, Armando Moreira, o Aeródromo da nossa terra começou a ter alguma visibilidade pelo interesse demonstrado com as carreiras da TAP Regional, as quais começaram a ligar as cidades de Bragança, Vila Real e Viseu até Lisboa, criando nos Vila-Realenses expectativas quanto à utilidade do nosso Aeródromo, face à sua utilização em termos comerciais.
Mais tarde, por nossa iniciativa, na revista “Mais Alto”, número 224/Julho/Agosto de 1983, escrevemos um artigo sobre o tema “Vila Real quer mais ligações aéreas”, para rasgar a interioridade com rapidez e eficácia, através do meio aéreo, veículo indispensável para necessária aproximação interior/litoral, onde se situam os grandes centros populacionais.
Depois, no início de 1984, conseguimos com o auxílio sempre presente do Comandante do Depósito do Material da Força Aérea em Alverca, coronel Carlos José da Costa Pereira, vila-realense de São Pedro, que um avião Fiat-G-91 da Força Aérea, fosse colocado no Aeródromo de Vila Real onde se encontra ainda num estado lamentável de conservação.
Sempre na senda do desenvolvimento Aeronáutico em Vila Real, e com o auxílio de alguns vila-realenses como o Carlos Sousa, filho do senhor Henrique de Sousa, Carlos Fernandes (ambos já falécios), e de uma maneira geral do Município de Vila-Real, conseguimos que no dia da Força Aérea a 1 de Julho de 1984, acontecesse um Festival Aeronáutico que teve lugar no nosso Aeródromo o qual pela sua dimensão e novidade deslumbrou os vila-realenses e todos aqueles que assistiram ao evento.
Para além de tudo isto, ao longo de mais de 40 anos dedicámos parte da nossa vida em defesa de Vila-Real, não só através do Aeródromo, mas também divulgando tudo o que a nossa terra tem de bom, com a maior elevação e elegância, na crítica que sempre fizemos a todos aqueles que estavam, e ainda estão, por dentro dos problemas do desenvolvimento Aeronáutico em Trás-os-Montes e não só.
No presente, para além da existência de carreiras aéreas diárias (2 para cada lado) estarem descactivadas, o Aeródromo de Vila Real continua a dizer sim no contexto Aeronáutico Nacional, apesar de estar fechado ao tráfego aéreo.
Em Agosto de 208, no “Jornal de Divulgação Aeronáutico Take-Off” numa entrevista ao Director do Aeródromo, Henrique Baptista, este declarou que em 2009 iriam ser feitas obra na Torre de Controlo, parque de estacionamento adstrito ao terminal de chegada, bem como o aumento da pista para 1800 metros, pois que possui actualmente 950 metros, sem nada ter acontecido.
Agora, passados 10 anos desde o anúncio da obras (2009) no Aeródromo, temos a esperança que o Município de Vila Real, com a dinâmica que se lhe reconhece, consiga todos os melhoramentos necessários à valorização desta infra-estrutura aeronáutica que agora está fora de serviço. Esperemos que a burocracia seja ultrapassada, pois o Aeródromo de Vila Real a funcionar é indispensável ao desenvolvimento da Região.

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3816

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