Mirandela

Bombeiros reivindicam apoios para suportar aumento brutal dos combustíveis

Publicado por Fernando Pires em Qui, 2022-04-14 15:24

As corporações de bombeiros do concelho de Mirandela queixam-se que o preço do quilómetro pago pelo transporte de doentes não urgentes já há alguns anos que não está adaptado à realidade, situação agravada agora com o aumento dos combustíveis devido à guerra na Ucrânia.

Há mais de uma década que o preço está fixado nos 51 cêntimos e nunca mais foi revisto, situação que está a provocar um autêntico garrote financeiro. É disso que se queixa, por exemplo, o presidente da associação dos bombeiros de Torre de Dona Chama. “Com o preço do gasóleo a subir e não mexendo há tantos anos no preço que nos é pago por quilómetro, financeiramente temos tido algumas dificuldades. Penso que o poder local e o poder central deviam olhar para os bombeiros como um exército para combater estas guerras, como a pandemia, e muitas vezes somos esquecidos e colocados à margem”, lamenta Paulo Costa.

Além de pedir a atualização deste valor, a Federação Distrital de Bragança dos Bombeiros, que participou numa reunião da Liga dos Bombeiros Portugueses, na Figueira da Foz, quer também a extensão às associações humanitárias das medidas de apoio implementadas para o setor dos transportes públicos. “Isto está a estrangular bastante as corporações, não é só o caso do preço dos combustíveis, mas também o aumento do salário mínimo, com base no qual é calculado a remuneração dos bombeiros. Estes dois fatores estão a causar um aumento muito grande nos custos do funcionamento dos bombeiros na área dos transportes de doentes”, afirma Diamantino Lopes, presidente da federação.

Também o presidente dos bombeiros voluntários de Mirandela confirma que este aumento dos combustíveis tem tido um impacto “brutal” na associação que preside. “Grande parte do nosso quotidiano diário depende de combustíveis e estamos a falar de aumentos na ordem dos 50 por cento. Obviamente, não vamos deixar de servir os que precisam de nós, não vamos já esmorecer, vamos tentar encontrar alternativas”, adianta Sílvio Santos.

Os bombeiros estão também a reivindicar a isenção definitiva nas portagens para todos os veículos das corporações e que sejam ressarcidos integralmente do valor efetivo gasto em combustíveis na época de incêndios e no dispositivo integrado de operações de proteção e socorro.

Se o Governo não tomar medidas, as associações humanitárias admitem poder suspender o transporte de doentes ou assumir outras formas de protesto. “Se no prazo máximo de 15 dias não houver resposta, a liga convoca nova reunião extraordinária para decidir medidas, como parar o transporte, ou outro tipo de ações, ainda não foi nada aprovado, mas esta é uma hipótese”, admite Diamantino Lopes.

Para já, a única revindicação atendida é a alteração do preço do protocolo com o INEM, que deverá passar de 4000 para 4500 euros mensais às corporações por cada ambulância que constitui Posto de Emergência Médica.

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