Nordeste Transmontano

Deputados socialistas pedem demissão da diretora geral da AT

Publicado por AGR em Ter, 2024-01-09 18:50

Os deputados socialistas eleitos por Bragança defendem a demissão da Diretora Geral da Autoridade Tributária, Helena Borges, por causa da questão dos impostos das barragens do Nordeste Transmontano.

Numa tomada de posição, a que o Mensageiro teve acesso, Sobrinho Teixeira e Berta Nunes dizem que "a atuação da Diretora da Autoridade Tributária no caso da cobrança dos vários impostos devidos das barragens/centros electroprodutores em Trás-os-Montes e todas as outras regiões do país, tem sido de enorme parcialidade, sempre em prejuízo dos territórios e das suas populações".

"Com efeito, em 2016, a atual Diretora da Autoridade Tributária, decidiu contrariar um parecer vinculativo do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República, que determinava que as barragens estavam sujeitas ao pagamento de IMI, anulando as liquidações já concretizadas, com um entendimento não fundamentado em qualquer lei, de que as mesmas não estavam sujeitas a IMI", lê-se.

Os deputados lembram que, "a fim de repor a legalidade, em 3 de fevereiro de 2023, o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais viu-se obrigado a publicar um despacho que determinava expressamente que a Autoridade Tributária deveria liquidar o IMI dos centros electroprodutores, cumprindo o parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República".

"Estranhamente a Diretora da Autoridade Tributária não cumpriu as orientações do Governo e da sua tutela direta, o que obrigou o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais a publicar um segundo despacho em agosto do mesmo ano, a determinar o cumprimento do seu primeiro despacho.

Passaram sete meses desde que o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais produziu o seu primeiro despacho e a Diretora da Autoridade Tributária dar finalmente instruções para que se procedesse à avaliação das barragens para posterior liquidação do IMI, o que aconteceu já perto do final do ano. Esta instrução tardia teve como consequência que qualquer contestação ao valor determinado pela Autoridade Tributária impediria a cobrança relativa ao IMI de 2019, uma vez que os impostos só podem ser cobrados retroativamente até quatro anos. Ou seja, as autarquias seriam colocadas perante um dilema: ou aceitavam a avaliação realizada pela AT, ou, se a contestassem, perderiam o imposto relativo a 2019. Estranhamente o valor determinado pela AT é de cerca de 1/3 do seu valor real, uma vez que foi apenas mandado avaliar uma parte da estrutura global dos centros electroprodutores.

Ao longo de todo este tempo a atuação e as interpretações da Diretora da Autoridade Tributária têm-se pautado sempre por uma única orientação: o benefício dos grandes grupos empresariais, nomeadamente a EDP, com prejuízo das populações dos territórios onde se situam as barragens", explicam.

Por isso, terminam, defendendo que "deste modo os deputados socialistas por Bragança, consideram que a atual Diretora da Autoridade Tributária não merece a confiança das populações e das autarquias que as representam, não tendo condições para se manter no cargo, devendo, por isso, demitir-se!"

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